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Interdisciplinaridade na mastologia


30/03/2021 04:00

Clécio Lucena
Mastologista e professor do Departamento de Ginecologia 
e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG
 
A mastologia é uma especialidade relativamente nova na medicina brasileira, com recente reconhecimento das entidades médicas: Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB), Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Essa mudança resultou em maior valorização profissional, autonomia e visibilidade para uma área tão importante à saúde mamária, em especial das mulheres. Todavia, a aceitação da natural interface com outras especialidades ainda divide opiniões, a respeito de uma definição ou não de limites. Uma análise cuidadosa é necessária com o objetivo de abrir o diálogo e manter a flexibilização e a fluidez das possibilidades de atuação dos mastologistas.
 
Um desses exemplos está no conjunto de procedimentos reconhecidos como da área da cirurgia plástica. Principalmente quando falamos de procedimentos considerados estéticos, sem dúvida, há alguns questionamentos. Isso é normal e também ocorre com outras especialidades com interface de atuação equivalente e não exclusivamente com a mastologia. Vários dos procedimentos da cirurgia mamária realizados hoje por mastologistas foram, por muitos anos, de realização exclusiva dos cirurgiões plásticos. Aos poucos, contudo, naturalmente, a mastologia passou a incluir essas habilidades na própria formação de seus especialistas.
 
Parte importante dos mastologistas, por opção ou falta de uma capacitação efetiva, não faz tais procedimentos, apesar da presença crescente desses especialistas no espectro ampliado das cirurgias mamárias. Inclusive, a própria Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) passou a incluir a área de conhecimento no conteúdo programático das residências médicas em mastologia, recomendando que os centros formadores busquem uma capacitação integral desses profissionais. Ou seja, é recomendável que o residente se torne, ao longo da formação em mastologia, familiarizado e apto a realizar todos os tipos de cirurgias da mama e, principalmente, esteja capacitado para também manejar as eventuais intercorrências que possam suceder a todo e qualquer ato médico.
 
A mesma lógica vale para a área de exames por imagem da mama. Mamografia, ultrassonografia e os procedimentos intervencionistas mamários são algo da nossa rotina diária, mas, por muito tempo, foram exames de competência exclusiva do radiologista. De maneira equivalente, também se observa essa atuação no manejo do tratamento sistêmico do câncer de mama, onde tanto o oncologista clínico quanto os mastologistas também podem atuar em conjunto ou de maneira independente.
Como resultado, forma-se um território misto em que é possível encontrar estruturas com mastologistas trabalhando em parceria com outras especialidades médicas ou estruturas em que a própria equipe de mastologia assume todas as etapas do processo, que envolve a abordagem das mais diversas patologias mamárias. Esse sistema é muito variado e dependerá do interesse e qualificação profissional de cada mastologista ou de cada serviço de mastologia.
 
Como dito acima, essas chamadas interfaces de atuação ocorrem em diferentes especialidades médicas, não são algo restrito à mastologia. Diversos são os exemplos de procedimentos médicos em que há mais de uma especialidade pratica em sua rotina profissional. A multi e a interdisciplinaridade são saudáveis e necessárias à medicina. Elas permitem o desenvolvimento de dinâmicas próprias para cada centro de atendimento e para cada região, ampliando o conhecimento médico e a oferta de atuação desses profissionais em benefício dos pacientes que necessitam de atendimento especializado. 
 
Por fim, é importante também valorizar e destacar o papel desempenhado pelos profissionais da enfermagem, fisioterapia, psicologia, assistência social e outras áreas, que trabalham em parceria com a nossa especialidade para garantir o melhor e completo atendimento dos pacientes que vivenciam o processo do tratamento do câncer de mama. 


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