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Estado de Minas EDITORIAL

Do medo da gripe  às aglomerações


14/03/2021 04:00

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que a gripe espanhola, a mais mortal pandemia da história, tenha tirado a vida de 50 milhões de pessoas no planeta entre 1918 e 1920. No Brasil, a população da época era de cerca de 30 milhões de habitantes. Nesse período, de acordo com o acervo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 65% dos brasileiros pegaram a doença e pelo menos 35 mil morreram. O pavor do contágio era tão grande que as pessoas evitavam ao máximo sair de casa. Com isso, segundo relatos da imprensa, corpos de mortos pela gripe amontoavam-se pelas ruas. Passados mais de 100 anos, a pandemia do novo coronavírus já matou mais de 2,6 milhões no mundo. Apenas no Brasil, são cerca de 270 mil óbitos, em torno de 10% dos que faleceram devido ao vírus em todos os países juntos. 

Neste momento, a situação é desesperadora. O Brasil se tornou o epicentro da pandemia em escala global. Em âmbito nacional, a rede hospitalar pública e particular reservada a pacientes da doença entrou em colapso. Não há unidades de terapia intensiva suficientes para atender a tantos doentes. E, enquanto em outras nações o início da imunização já derruba o número de casos e de mortos pela COVID-19, a escalada macabra aqui é amedrontadora. Nos últimos dias, o país bateu seguidos recordes de óbitos em 24 horas. No território nacional, onde há falta de vacina para imunização em massa da população, a fila de espera por uma vaga em UTI pode chegar a 40 mil pessoas, segundo o fórum criado por governadores para juntar esforços e unificar as ações de combate ao coronavírus. 

Vale registar que, na gripe espanhola, as pessoas refugiavam-se em casa para tentar escapar da doença. Faziam de tudo para não ter de deixar a segurança do lar. Agora, vê-se o oposto. Apesar das medidas de restrição decretadas por governadores e prefeitos país afora, uma parcela da população, formada sobretudo por jovens, insiste em participar de aglomerações e festas clandestinas, desafiando lockdown, toque de recolher, equipes de fiscalização das regras sanitárias e batidas policiais. 

Em grande parte, a tragédia que o país vivencia hoje é reflexo direto das fuzarcas promovidas por esse público no fim do ano e no carnaval. As cenas de multidões aglomeradas, sem máscara e sem nenhum cuidado com a higienização das mãos, chocaram o país e correram o mundo. Muitos desses jovens se consideram imunes ao coronavírus. Mas dados recentes da pandemia mostram, agora, que cepas mais transmissíveis e letais aumentaram o número de mortos e infectados entre eles, que passaram a ocupar mais UTIs e, em média, levam mais tempo para se recuperar. No Distrito Federal, como nem o lockdown, o toque de recolher e multas conseguiram dissuadir os irresponsáveis, uma campanha de conscientização mais agressiva do governo local mostra imagens fortes de internados em estado grave e adverte os aglomeradores de que um deles pode ser o próximo a precisar de terapia intensiva. E aí já será tarde.


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