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Estado de Minas editorial

A recuperação do emprego formal

Cabe ao Congresso apressar a aprovação de reformas estruturais, como a tributária e administrativa, a fim de facilitar o reencontro do país com desenvolvimento


24/12/2020 04:00

Em novembro, foram criados 414.556 empregos com carteira assinada nos setores de comércio (179.261) e serviços (179.077), segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). É o quinto mês de resultado positivo, em que o número de vagas superou o de demissões, e revelou-se o melhor para igual período da série histórica da pesquisa, iniciada em 1992. Nos últimos 11 meses, o saldo acumulado chega a 227.025 oportunidades, apesar da retração na economia, devido à crise epidemiológica do novo coronavírus.
 
Os dados do Caged foram motivo de comemoração para a equipe econômica. Segundo o ministro Paulo Guedes, “o Brasil está surpreendendo o mundo. As reformas prosseguem, em ritmo mais lento, mas seguem acontecendo, e a economia brasileira voltou em V, como poucos acreditavam. Em vez da destruição de 1,5 milhão de empregos, como na recessão de 2015, da destruição de 1,3 milhão em 2016”.
 
Quando os dados do Caged são confrontados com os da edição de novembro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19 – a última da série –, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, nota-se um descompasso. O IBGE indica que o país ainda tem um contingente de 14 milhões de desempregados – 200 mil a mais do que em outubro último (13,8 milhões). A aparente contradição entre Caged e IBGE ocorre porque, com a flexibilização das medidas de restrição impostas pela COVID-19, mais trabalhadores passam a procurar uma ocupação e acabam engrossando o contingente de desempregados medidos pelo IBGE. Há, ainda, o fato de o Caged fixar-se apenas na movimentação de trabalhadores com carteira assinada, enquanto o IBGE engloba toda a cadeia de trabalho, incluindo a informal.
 
Outro fator agrava a situação de quem está desempregado: 68 milhões de brasileiros não poderão contar com o auxílio emergencial de R$ 300. A última parcela foi paga neste mês. Em janeiro, parte deles não terá meios sequer para comprar alimentos. O rombo nas contas públicas, estimado em R$ 800 bilhões, impede o governo de manter o benefício. Em contrapartida, especialistas preveem que, diante das limitações do caixa da União, a desigualdade no país poderá chegar ao patamar dos anos 1980, início da década perdida.
 
Além disso, a inflação em ascendência tem forte impacto na camada mais pobre da sociedade, ao corroer o poder de compra de quem pouco ou nada tem. Inflação em alta e desemprego é uma combinação perversa. Hoje, esse quadro é agravado pela epidemia do novo coronavírus. A imunização em massa da população é medida que se impõe com a maior celeridade possível.
 
Retirar o país desse quadro de adversidades não é atribuição exclusiva do governo federal. A tarefa exige igual esforço do Legislativo, que até agora nem sequer aprovou o Orçamento da União para o próximo ano, devido à disputa pelas presidências da Câmara e do Senado. Mas cabe ao Congresso apressar a aprovação de reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, a fim de facilitar o reencontro do país com a via do desenvolvimento, indispensável para mitigar os danos causados pelo desemprego e pela crise epidemiológica.


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