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Estado de Minas editorial

Incertezas do crescimento


04/12/2020 04:00

O crescimento de 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o período anterior, não pode deixar de ser comemorado, mas com algumas ressalvas. Após o tombo recorde de 9,6% no segundo trimestre, a economia brasileira conseguiu recuperar, parcialmente, as perdas provocadas pela pandemia do novo coronavírus. Perdas causadas, principalmente, pela suspensão das atividades econômicas não essenciais adotada para tentar conter o contágio da COVID-19 no início do ano.

O setor de serviços, que tem o maior peso no PIB, de 70%, apresenta a recuperação mais lenta (6,3%) em relação a outras atividades, o que causa apreensão. A área é a que mais emprega e diversos ramos não voltaram ao pleno funcionamento, como hotéis, bares, restaurantes, cinemas e outras atividades relacionadas ao lazer, assim como os estabelecimentos de educação.

As pessoas mudaram os hábitos com a chegada da pandemia e não estão consumindo esses serviços como anteriormente, e a expectativa é de que a retração verificada em todo o ano continue em 2021. As empresas estão se reinventando para sobreviver, mas com capacidade limitada e redução de produtividade devido às restrições sanitárias e aos novos padrões de consumo.
Economistas anteveem graves problemas na economia se medidas restritivas adotadas para combater a COVID-19 no início do ano forem implementadas novamente. Vários estados e capitais já estão reeditando ações de meses atrás, como lockdown e isolamento social, na tentativa de conter as aglomerações registradas em todo o país nas últimas semanas, o que, provavelmente, causará efeitos econômicos negativos.

O dado positivo apontado no levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é que o consumo das famílias cresceu, assim como os investimentos, o que traz certo otimismo ao mercado. No entanto, esse crescimento não foi capaz de recompor a economia aos padrões anteriores ao surgimento do novo coronavírus. O comportamento da economia no quarto trimestre e no início do ano que vem continua sendo incerto, com a possibilidade ou não do recrudescimento da pandemia e da vacinação da população.

Outro setor que conseguiu reagir é o industrial, com destaque para a indústria de transformação, com alta recorde de 27%. O desempenho da construção civil foi relevante, com as famílias aproveitando a pandemia para a reforma de imóveis e com o aquecimento do mercado imobiliário, estimulado pela baixa taxa de juros de 2% ao ano. O comércio também apresentou boa performance, com avanço de 15,9% ante o segundo trimestre, eliminando as perdas do período mais agudo da pandemia. O agronegócio, um dos motores da economia, apresentou pequena queda de 0,5%, considerada normal para o terceiro trimestre.

Outro índice a se comemorar é a volta dos investimentos, que cresceram 11% entre julho e setembro. Porém, as incertezas que rondam o país podem inibi-los, o que seria um desastre. A retomada consistente dos investimentos depende do equilíbrio das contas públicas e da aprovação das reformas estruturantes que continuam em banho-maria no Congresso. O governo deveria, também, se preocupar em retomar a agenda das privatizações. O certo é que somente com medidas concretas dos governantes a economia vai deslanchar. Não há mais tempo para procrastinação.


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