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Estado de Minas editorial

Aproximação muito bem-vinda

As divergências precisam ser superadas para a prosperidade de todos


02/12/2020 04:00

Demorou, mas finalmente o presidente Jair Bolsonaro reuniu-se com o seu congênere argentino Alberto Fernández – mesmo que tenha sido de maneira virtual, por causa da pandemia do novo coronavírus. Os dois países não podem ficar afastados, com canais de comunicação em permanente ruído, por questões ideológicas. Desde que Fernández ganhou as eleições em outubro do ano passado, Bolsonaro manteve distância do mandatário do país vizinho, o principal parceiro comercial do Brasil na América Latina, comportamento não condizente com os interesses do país e motivo de preocupação do empresariado nacional.

O presidente da República não aceitou a escolha soberana do peronista e da vice Cristina Kirchner, já que tinha apoiado abertamente a reeleição de Mauricio Macri, postura criticada em círculos diplomáticos de Brasília e Buenos Aires. Identificou a eleição de Fernández com a volta do "kirchnerismo" e uma reaproximação com a bolivariana Venezuela. Não compareceu à posse do colega argentino e enviou o vice Hamilton Mourão para representar o Brasil, atitude malvista nos meios políticos da nação vizinha.

Os dois governantes aproveitaram a celebração do Dia da Amizade Argentina-Brasileira, celebração instituída em 30 de novembro de 1985, data do encontro entre os presidentes José Sarney e Raúl Alfonsin em Foz do Iguaçu, passo fundamental para a criação do Mercosul. Antes da reunião digital de anteontem – a primeira conversa direta entre os dois –, Bolsonaro e Fernández participaram, no meio do ano, de uma vídeoconferência de líderes do Mercosul.

Diplomatas brasileiros e argentinos comemoram a quebra de gelo entre os dois governantes e trabalham para a construção de uma vigorosa agenda bilateral. O governo da Argentina cosiderou a conversa "excelente". A Casa Rosada  entendeu que tem de trabalhar em conjunto com o Brasil e que o interesse mútuo precisa falar mais alto. Bolsonaro propôs acordos na área de segurança, como combate ao crime organizado e ao narcotráfico, circulação de pessoas durante a pandemia, e desburocratização do Mercosul.

Fernández também defendeu o fortalecimento do acordo comercial entre os dois países, além do Uruguai e Paraguai, e mostrou-se preocupado com questões ambientais, citando especificamente a Amazônia. Destacou a meta de reduzir a Tarifa Externa Comum (TEC). Entretanto, a Argentina resiste em diminuir a TEC – um dos pleitos brasileiros – sob o argumento de que está protegendo a indústria nacional. A redução da TEC só pode ocorrer se houver concordância dos quatro sócios do Mercosul.

Mesmo existindo divergências, Brasil e Argentina não podem desperdiçar a oportunidade de estreitar os laços bilaterais. A cada um deles interessa que o outro esteja bem e o foco não pode ser desviado da agenda positiva. Assim, as divergências precisam ser superadas para a prosperidade de todos.


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