Dr. Henrique Lima Couto
Mastologista e membro titular da Socieda
de Brasileira de Mastologia
Até poucos anos atrás, receber o diagnóstico médico com indicação cirúrgica de risco ou doença grave era como estar diante da própria sentença de morte. Com o avanço das novas tecnologias e estudos cada vez mais aprofundados no combate e cura de doenças, os tratamentos oferecidos, atualmente, possibilitam mais qualidade nas terapias intervencionistas e procedimentos cirúrgicos mais modernos e assertivos. Mesmo cercados do que há de melhor e mais moderno, isso não garante que conseguiremos reverter um quadro clínico, mas também há situações em que nem os médicos acreditam em uma possibilidade de cura ou sobrevivência do paciente e somos surpreendidos com o "impossível".
Diante disso, façamos a seguinte reflexão: você já parou para pensar o quanto ter saúde é importante? Quando não estamos bem, de alguma forma somos tolhidos de viver plenamente, de ter liberdade. Essa privação está na viagem que fica pra depois; no prato predileto que não pode mais ser apreciado; na sobremesa que foi totalmente proibida; no futebol do final de semana que fica na lembrança; na taça de vinho, que sentimos o sabor só de imaginar. Valorizar a saúde depois de perdê-la, mesmo que por um tempo, tem dessas coisas; passamos a dar a real importância aos momentos e experiências que antes eram triviais. Visto sob este prisma, o papel do médico no cuidado e acompanhamento com o paciente, está pautado, acima de tudo, em enxergar aquela pessoa como um ser humano que faz parte de um núcleo familiar, que, assim como nós, tem medos, angústias, dores, amores, sonhos e projetos que ela quer e deve viver.
Oferecer apoio, orientar sobre as melhores alternativas de tratamento, de acordo com cada caso e ser capaz de estender a mão na caminhada do tratamento é tão importante quanto prescrever uma medicação ou encaminhamento médico. Um médico com olhar humano passa a confiança e a força que o paciente precisa naquele momento. Nós, que lidamos com a vida e morte em uma linha tênue, queremos falar mais de vidas, de cura, ser a ponte que ajuda a proporcionar mais saúde para que todos os outros campos sejam desfrutados de maneira plena.
Cuidar da saúde é um movimento de dentro para fora e de fora para dentro. Mesmo quando seguimos uma rotina de alimentação saudável, prática de atividade física e visitas regulares ao médico, às vezes a vida nos prega algumas peças. Nessas horas, precisamos nos readaptar, seguir outras rotas, mas sem deixar de lado os cuidados com a saúde, o prazer de viver as pequenas coisas da vida. Vez ou outra, passamos por dissabores, mas acreditamos que há mais flores do que espinhos no caminho do que chamamos de vida.