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Casa verde amarela


03/09/2020 04:00

Josilmar Cia
Graduado em economia, mestre e doutor em administração de empresas e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie

O governo acaba de lançar o programa habitacional popular Casa verde amarela (CVA) e o que a gente se pergunta é: qual a diferença do Minha casa, minha vida (MCMV)?. Objetivamente, há uma redução das taxas de juros para os moradores das regiões Norte e Nordeste, reduzindo 0,25% ao ano. Para os moradores de outras regiões, as taxas continuam iguais ao MCMV. Talvez, a maior vantagem do CVA seja a promessa de regularização fundiária, dando o direito de propriedade dos terrenos e imóveis às famílias. Isso pode proporcionar às camadas mais pobres um maior acesso ao crédito a um baixo custo.

Entretanto, quando abrimos nossa análise para uma visão mais ampla, é possível perceber que a motivação principal desse programa é meramente eleitoral. E, até nisso, Bolsonaro segue os passos de Trump. Ele lutou muito para acabar com o chamado Obamacare, que é o sistema de seguro de saúde acessível a pessoas desempregadas e de baixa renda, mas a pandemia mostrou que esse sistema evitou que mais mortes acontecessem. O North American Free Trade Agreement (Nafta), acordo de livre-comércio entre EUA, Canadá e México, que foi feito no governo Clinton, foi trocado por um novo acordo entre os mesmos países por uma sigla que ninguém se lembra ou sabe: USMCA, que é a união das iniciais de cada país USA, Mexico, Canadá, mas todo mundo chama de "o novo Nafta".

Depois que o presidente percebeu que o auxílio emergencial de R$ 600 por mês, dado às famílias de baixa renda e trabalhadores informais, impulsionou sua popularidade, que estava combalida por conta de sua má gestão em relação à pandemia, Bolsonaro vem exigindo do ministro da economia, Paulo Guedes, um programa chamado de Renda Brasil. O objetivo é o mesmo: substituir o programa apontado como o responsável pelo predomínio do PT no Nordeste, o Bolsa-Família.

Entretanto, o desenho do Renda Brasil desejado por Bolsonaro pode colocar em risco o teto dos gastos. E é aí que está o impasse entre o presidente e o ministro Paulo Guedes. Enquanto a equipe econômica, liderada por Guedes, quer fazer só um "puxadinho" do Bolsa-Família para não estourar o teto de gastos, o presidente se ressente que as pessoas que estão recebendo R$ 600 por mês e que estão apoiando o seu governo, ao passar a ganhar R$300, ou menos, deixem de apoiá-lo.

Agora é a hora da verdade: vamos ver se o presidente está comprometido em fazer um ajuste no Estado brasileiro, diminuindo o peso sobre o setor privado, ou se a bandeira do liberalismo econômico que ele defendeu ao longo da campanha, com a presença do Paulo Guedes, era uma mera camada fina de verniz.

O Casa verde amarela pode ser o símbolo desse governo feito de fachadas: fachada contra a corrupção, fachada liberal, mas a essência é muito ruim. O seu projeto nacional, desde o começo, foi um só: ser reeleito.


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