Alberto Pinto Coelho
Ex-governador do Estado de Minas Gerais
Apresento minha credencial de profundo admirador a todos aqueles que, a despeito da excessiva carga tributária e do elevado "custo Brasil", aventuram-se na sinuosa estrada da atividade empresarial. No desenvolver de suas missões nos diversos segmentos da atividade produtiva, esses intrépidos homens e mulheres geram emprego, renda e riqueza.
Foi sobre os pilares do empreendedorismo e da livre iniciativa que, nos idos de 1933, Américo René Giannetti, Alvimar Carneiro de Rezende e Euvaldo Lodi lançaram as bases da Federação das Indústrias de Minas Gerais. O então universo de sete sindicatos e 25 empresas, passadas oito décadas e meia, hoje conta com 136 sindicatos e mais de 60 mil empresas, correspondendo a um quarto do PIB mineiro e dos empregos diretos qualificados.
Para além da defesa dos interesses do setor industrial mineiro, o sistema Fiemg, composto pelas entidades Senai, Sesi, Ciemg e Instituto Euvaldo Lodi, assiste à sociedade e atua em parceria com o governo do estado na construção de um ambiente favorável a negócios cada vez mais competitivos e sustentáveis.
A história da Fiemg é permeada por conquistas transformadoras do perfil e de diversificação da economia do estado, como exemplos históricos e simbólicos, as instalações da Usiminas, Mannesmann e da Fiat em nosso território, bem como a implantação da Refinaria Gabriel Passos (Regap). A força motriz da inovação econômica irradia e se conecta em sintonia com a área pública: a criação de estratégicas organizações estatais como Cemig, Indi, CDI e BDMG.
Ao longo de 13 gestões marcadas pelo robustecimento e pela diversificação do parque industrial mineiro e pelo incremento no contingente de empresas e postos de trabalho, a Fiemg se revelou um importante agente do desenvolvimento econômico, social e cultural. Merece valorização por sua aptidão em conciliar interesses e por sua postura propositiva enquanto ator político.
No plano nacional, a pujança da Fiemg se evidenciou na dianteira da criação, em 1938, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e na escolha do mineiro Euvaldo Lodi como seu primeiro presidente. Na esteira de seu conterrâneo, o ex-presidente da Fiemg, Robson Andrade, é o primeiro presidente à frente da CNI que, pelas competentes gestões e convocação dos pares, exerce o terceiro mandato consecutivo. Ainda no âmbito nacional, destaca-se a atuação conjunta de CNI e Fiemg nas reformas estruturais e da administração pública, na formulação dos novos marcos legais e regulatórios.
O destacado empresário Rubens Menin assevera com propriedade que o sucesso empresarial está atrelado ao reconhecimento da sociedade conectada com a efetiva contribuição da "nova pegada empresarial" compromissada com o social e o comunitário.
Merece relevo o papel desempenhado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais diante da tragédia que dizimou ao menos 270 vidas em Brumadinho e causou imensuráveis prejuízos ambientais, sociais e econômicos. Sua atuação começou nos primeiros momentos, com a mobilização de recursos para amparar vítimas, familiares e comunidades diretamente afetadas e persiste até o presente, com a construção de estratégias junto aos setores público e privado para o estabelecimento de novos paradigmas da atividade minerária. Nesta empreitada junto o abnegado vice-presidente Fernando Coura, sempre a salientar a vocação atávica, decorrente das riquezas naturais do nosso solo, pois que acentua: "As minas sendo gerais, quem aqui nasce tem o batismo de mineiro(a)".
A pandemia do novo coronavirus colocou Flávio Roscoe diante do enorme desafio de nortear a indústria rumo à superação da crise instaurada. Na dianteira da Fiemg, tem coordenado iniciativas com elevada e espontânea adesão, caracterizadas pela capilaridade e voluntariado, com resultados concretos e expressivos de apoio às ações dos governos estadual e municipais, hospitais e entidades no enfrentamento da COVID-19.
Ao término de seu primeiro biênio à frente da Fiemg, os resultados colhidos atestam que, com o presidente Flávio Roscoe no comando e com o concurso da diretoria, conselho estratégico e associados, a entidade reedita o desiderato de fomentar uma indústria competitiva, inovadora, consciente e sustentável, mantém a tradição de protagonismo e liderança, e caminha na vanguarda da solidariedade.