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Estado de Minas

Plano de voo

O aeroporto industrial trará benefícios gigantescos para nosso estado


postado em 06/06/2020 04:00


Antonio Anastasia
Senador da República e ex-governador de Minas Gerais
 
 
 

Em meio à escassez de boas notícias nos últimos meses, deparamo-nos com o início do funcionamento do aeroporto industrial, o primeiro do Brasil, no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. É algo excepcional para Minas Gerais, que, junto a outros frutos plantados no passado, tem o poder de mudar o perfil econômico do Vetor Norte da região metropolitana (RMBH) e colaborar para o impulsionamento da nossa economia neste momento tão delicado e desafiador.

É importante pontuarmos como chegamos até aqui, com os registros dessa trajetória e reconhecendo os méritos de tantos que se desdobraram para fazer com que essa operação fosse hoje realidade.

Foi ainda em 1999 – e lá se vão, portanto, mais de duas décadas – que o então deputado estadual Alberto Pinto Coelho, que posteriormente me honrou como meu vice-governador e me sucedeu no governo do estado, apresentou um projeto para criar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Comércio Exterior do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, o chamado Pró-Confins. Ainda no governo Itamar Franco, em 2000, o projeto se tornou a Lei 13.449, em vigor até hoje, que tinha como um de seus objetivos "incentivar a criação de parque industrial voltado para a indústria não poluente de alta tecnologia e de produtos de grande valor agregado". Ali tivemos o pontapé inicial de uma luta para dotar Minas Gerais de um aeroporto capaz de impulsionar a economia do nosso estado.
 
 
 
 
Nos anos 2000, com a retomada dos investimentos em Minas Gerais, possibilitada pelo choque de gestão, que colocou em ordem as finanças do governo estadual, reconquistou a confiança de investidores e melhorou o ambiente de negócios em nosso estado, vimos as possibilidades que poderiam se abrir se tivéssemos um aeroporto de ponta. Todos se lembram das resistências que enfrentamos, durante o governo Aécio Neves, quando Minas elegeu, em 2004, o aeroporto em Confins como a principal rota aeroviária de entrada e saída de turismo e negócios do estado. O resultado foi visível e sentido rapidamente. O movimento operacional do aeroporto saltou de 390 mil passageiros, em 2004, para 3 milhões em 2005. Fechamos 2019 com 10,7 milhões de passageiros no aeroporto.

Ainda naquele período, buscamos dotar a região de infraestrutura adequada para essa expansão. A Linha Verde foi o grande marco naquele período, o que deu ao Vetor Norte uma robusta linha expressa, do Centro da capital mineira até o aeroporto. Foi ainda em 2006 que surgiu a iniciativa para implantação do aeroporto industrial na parceria iniciada do governo com a Receita Federal e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

Quando, em 2010, assumi como governador do estado, coloquei o aeroporto como uma das prioridades da nossa gestão. Os mineiros são testemunhas do esforço que fizemos para que Minas entrasse na prioridade das concessões dos aeroportos e para conquistarmos bons operadores interessados no nosso equipamento aeroportuário. Foi pelo planejamento e pelas incursões que fizemos que, felizmente, conseguimos atrair para Minas uma das melhores operadoras de aeroportos da Europa, a Zürich Airport, hoje integrante do consórcio BH Airport, que administra nosso aeroporto internacional.

Surgiu, então, a ideia da aerotrópole, sob iniciativa criativa de Luiz Antonio Athayde, um dos principais dirigentes de nosso governo e que já atuava há anos nessa frente da infraestrutura aeroviária, acoplada a atividades econômicas de relevo. Antes de eu deixar o governo, em março de 2014, inauguramos as primeiras instalações do aeroporto industrial feito com investimento de cerca de R$ 40 milhões, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), no planejamento, construção e implementação da infraestrutura do espaço.

Nosso esforço continuou, já como senador da República. Em 2017, portaria do Ministério dos Transportes permitiu a retomada de voos comerciais de grande porte para a Pampulha, ameaçando os investimentos de mais de uma década em Confins. Entramos com representação no Tribunal de Contas da União – mesmo sob a crítica de muitos, mas certos de que estávamos fazendo o melhor – e conseguimos suspender a decisão, mostrando seus equívocos e os prejuízos que causaria para todo o estado.

Agora, todo planejamento e esforço realizados ao longo desses mais de 20 anos dão mais um fruto importante, colhido com os novos investimentos feitos pela BH Airport. A Clamper, vitoriosa empresa genuinamente mineira, fabricante de itens eletrônicos, que já havia operado por meio de um projeto-piloto, de agosto de 2006 a dezembro de 2007, está em processo de transferência de sua unidade para o aeroporto e tem previsão de iniciar suas operações em julho próximo.
O aeroporto industrial trará benefícios gigantescos para nosso estado. Ao manufaturar seus produtos dentro do aeroporto, as empresas ter
ão os benefícios das isenções fiscais quando exportarem seus produtos acabados. Isso é bom para a empresa e bom para Minas, já que não só agregaremos aqui mesmo valor aos nossos produtos – uma insistência minha de anos –, como vamos gerar em nosso estado mais empregos de qualidade.

É a rota que devemos trilhar. O plano de voo, criado ainda em 1999 e aperfeiçoado ao longo dos anos, permitiu que o avião alçasse voo. Ainda que com algumas turbulências, a aeronave inicia seu percurso, que ainda é longo. Mas é uma viagem que valerá a pena.



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