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Estado de Minas

O Circuito de todos

Felicidade ainda maior pelo complexo ter se transformado na principal atração cultural da capital, com mais de 12,9 milhões de visitantes


postado em 17/03/2020 04:00





Imensa satisfação por fazer uma breve retrospectiva do Circuito Cultural Praça da Liberdade, que completa uma década de funcionamento efetivo. A origem do complexo cultural surgiu em 1997, ano do centenário da capital, quando veio a público a proposta de transformação do conjunto arquitetônico da praça no Espaço Cultural da Liberdade, pelo então senador Francelino Pereira.

Corte temporal para o ano de 2003, já sob a denominação de Circuito Cultural, a proposta integrava o plano de governo de Aécio Neves, transformando-se em prioridade no âmbito dos projetos estruturadores do Estado, sob o monitoramento do Secretaria de Planejamento, comandada por Antônio Augusto Anastasia.

No entanto, em que pese o status concedido, a inciativa enfrentou, nos dois primeiros anos da administração, entraves burocráticos e percalços legais, além de dificuldades de gerenciamento e interlocução, frustrando as expectativas de instalação no prazo estimado inicialmente.

No início de 2005, ao assumir a Secretaria da Cultura, embora focada no propósito de promover uma profunda reestruturação do sistema estadual de cultura, com a adoção de conceitos, programas e instrumentos de gestão contemporânea, recebi como missão concomitante a coordenação executiva do circuito, tarefa que consumiu extensa e exaustiva agenda de reuniões, larga produção de pareceres, relatórios, estudos, anteprojetos técnicos, recursos jurídicos, para viabilizar os equipamentos pretendidos.

Após idas e vindas, alcançamos a segurança necessária para caminhar com o circuito, procedendo aos ajustes necessários. Para o lugar da sede da orquestra, prevista para a Secretaria da Fazenda e inviabilizada por uma série de questionamentos do MP, coube-me a responsabilidade de sugerir um novo equipamento, o Memorial de Minas, proposta que acalentava há muito, reunindo os aspectos formadores da nossa história cultural desde os primórdios do século 18 até a atualidade, a partir de uma linguagem inovadora, com a utilização de recursos expográficos de ponta.

Para tal desafio, convidei o cenógrafo e designer Gringo Cardia, que com excelência e eficácia, e o assessoramento de uma seleta equipe de pesquisadores da UFMG, conduziu a empreitada até o fim. O resultado, excepcional, definiu o memorial como um dos principais pontos do circuito desde sua inauguração.

Outro prédio que passou por uma revisita em termos de sua vocação foi o da Secretaria de Educação, transformado em Museu das Minas e do Metal, e para o qual convoquei outro profissional de primeira linha, Marcelo Dantas, que juntou-se ao grupo que já contava com a participação do grande mestre Paulo Mendes da Rocha.

Durante o período de trabalho em BH, Paulo foi agraciado com o Prêmio Pritzker de Arquitetura, motivo de celebração e reconhecimento nacional e internacional. A ousada proposta que concebeu e brilhantemente defendeu foi aprovada por todas as instâncias deliberativas do patrimônio cultural, aliás, como, de resto, acabou acontecendo com todos os demais projetos do circuito.

Outra menção importante foi o convite à renomada arquiteta pernambucana Janete Costa para o Centro de Arte Popular, no antigo hospital São Tarcísio, um de seus últimos projetos, de beleza singular, executado após seu falecimento.

Ao olhar para trás, não somente para os 10 anos que agora se celebram, mas aos cinco anos anteriores de batalha para sua consecução efetiva, com o desenho de ocupação e funcionamento, advém a certeza do acerto do que foi empreendido. Felicidade ainda maior pelo complexo ter se transformado na principal atração cultural da capital, com mais de 12,9 milhões de visitantes, um circuito de todos, hoje composto por mais de uma dezena de edificações.

O Circuito Cultural Praça da Liberdade, ao lado da criação da Orquestra Filarmônica de MG e do Plug Minas constituem-se pontos balizadores da minha gestão, motivo de orgulho e realização. Pena não podermos comemorar o destino do Plug. Infelizmente, o equipamento não logrou a mesma sorte que seus irmãos, desvirtuado e deformado que foi em seus propósitos originais ao longo de outros governos.



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