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O contágio mais perigoso que o coronavírus

Basta lembrar as filas intermináveis da vacina da febre amarela, a procura por gasolina na greve dos caminhoneiros


postado em 04/03/2020 04:00


Leonardo Torres
Professor e palestrante, doutorando em comunicação 
e pós-graduando em psicologia junguiana

O mundo hoje tem acordado em alerta devido à epidemia do vírus COVID-19. O alerta deve vir acompanhado sempre de informações de prevenção, procura de ajuda, tratamentos, entre outras; contudo, também é necessário estar atento a quem emite tal alerta, pois há um perigo ainda maior do que a epidemia do vírus: a epidemia do pânico.
Recentemente, devido ao pânico gerado pelo coronavírus, alguns mercados foram saqueados em busca de máscaras e álcool em gel. Hospitais começaram a regular as máscaras, pois alguns indivíduos que chegavam ao local acabavam por furtá-las, já que estavam em falta nos mercados. Isso demonstra um profundo medo da população diante da epidemia do coronavírus, a tal ponto que as pessoas entram em um estado de pânico epidêmico e, quando isso acontece, é comum esperar violências de todos os tipos.
O pânico é um estado mental que contagia não somente quem está próximo, mas também pessoas conectadas às redes sociais, canais de televisão e qualquer outra forma de comunicação tecnológica. O ser humano, por ser uma espécie que vive em grupo, tem maior facilidade em contagiar e se contagiar por fortes emoções. Hoje, a ciência já descobriu que, quanto maior o vínculo entre pessoas, maior é o contágio psíquico entre elas, por isso, um indivíduo ri quando outro ri, chora quando o outro chora, sente fome, ânsias etc..
O estado de pânico é uma condição primitiva, ou seja, assim como em todos os animais, ele garante desde sempre a sobrevivência do indivíduo ou do grupo. No ser humano, por possuir uma consciência mais desenvolvida, o pânico não surge somente da forma instintiva “ação-reação”, como um cão fugindo do carro. O pânico passa a ser um estado mental em que o indivíduo ou grupo acaba por permanecer em estado constante de pânico, se estimulado. Parte da grande mídia, com suas notícias sensacionalistas, cumpre o papel de trazer esse estado de pânico para a população ininterruptamente, que por sua vez, acaba por contagiar outros indivíduos por meio das redes sociais, gerando um efeito epidêmico de pânico.
O contágio de pânico não acontece somente hoje, diante da epidemia do coronavírus. Basta lembrar as filas intermináveis da vacina da febre amarela, a procura por gasolina na greve dos caminhoneiros, ou então, de casos como a novela de Orson Welles cuja transmissão radiofônica gerou um contágio de pânico sem igual, levando as pessoas que se contagiavam à morte súbita, suicídios, saques generalizados, entre outras situações.
Diante disso, o que a população pode fazer? Obter informações consistentes e reais, nos portais e canais comprometidos com a verdade, e consultar profissionais de saúde, a fim de se precaver. O pânico gerado por leigos, neste caso, serve somente para atrapalhar uma situação que já é complexa.


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