(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

Demência é diferente de envelhecimento


postado em 22/02/2020 04:00

Fidel Meira
Neurologista do Hospital Madre Teresa

A demência consiste em perda de funções cognitivas associada a declínio funcional, sendo que as manifestações afetam, diretamente, a qualidade de vida. Os domínios da cognição que podem ser afetados são a memória, linguagem, funções executivas, atenção e outros. Entretanto, há a possibilidade de que mudanças nessas funções ocorram nos idosos decorrentes somente do processo natural de envelhecimento.

Conforme o Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), em um nível biológico, o processo de envelhecimento é associado ao acúmulo de danos moleculares e celulares. O declínio próprio da idade pode gerar a lentificação motora, dificuldade em dividir a atenção entre dois ou mais estímulos e perda leve de memória sobre acontecimentos recentes.

As manifestações decorrentes do envelhecimento normal não geram grande prejuízo para a pessoa, que mantém suas atividades de vida diária. Muitos idosos procuram o médico com queixas relacionadas à perda de memória, acreditando que pode se tratar de demência. Contudo, em casos de demência, além de perder as características de funções cognitivas, como a memória, vocabulário e processamento de novas informações, há um impacto funcional muito grande e os sintomas comprometem a rotina, afetam a vida social e de trabalho, com tendência a piorar com o tempo.

Outro equívoco comum é acreditar que toda demência é relacionada à doença de Alzheimer. Apesar de essa ser a mais comum das demências, outras condições podem provocar o quadro. De acordo com a OMS, a doença de Alzheimer representa cerca de 60% a 70% dos casos dos transtornos neurocognitivos, mas existem outros tipos, como a demência relacionada à doença de Parkinson, a demência vascular e a demência frontotemporal.

A recomendação é observar o quadro clínico e outros sintomas para distinção das doenças. A doença de Alzheimer, por exemplo, começa com declínio de memória e evolui com piora funcional. Outros domínios da cognição podem ser afetados, também, de forma mais precoce. Entretanto, alterações do comportamento e da linguagem costumam ser tardias. Na demência da doença de Parkinson, há uma manifestação tardia dessa condição. Habitualmente, no começo da doença, a pessoa apresenta quadro motor em que há tremor de repouso, rigidez e instabilidade de marcha. O declínio cognitivo inicia-se já com vários anos da doença instalada. Já na demência vascular, o que chama a atenção é a presença dos fatores de risco cardiovasculares e a piora da demência em fases, coincidindo com lesões vasculares, por exemplo.

A prevenção da demência requer cuidados de saúde de forma geral. As pessoas com hipertensão, com diabetes, que são sedentárias ou tabagistas, têm maior chance de apresentar lesões dos tecidos cerebrais, o que facilita a ocorrência de processo demencial. 

É importante colocar o cérebro para trabalhar, seja lendo, aprendendo algo novo ou com atividades recreativas, para formar a reserva cognitiva. É essencial construir uma rede de interação social, já que pessoas isoladas têm tendência a desenvolver demência.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)