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Celulares x pets: quem vence?

Se tenho minha atenção voltada para uma tela, não é possível me envolver em outra atividade


postado em 26/01/2020 04:00

Jimmy Cygler
CEO do Grupo Proxis

Dia desses, passei em frente a uma praça próxima à minha casa e vi uma cena que me chamou a atenção. Enquanto as pessoas que praticavam caminhada o faziam como se fossem robôs, checando de tempos em tempos a tela do celular, aquelas que estavam no espaço reservado para cães, com seus respectivos pets, pareciam enturmadas, leves, pacientes e sem pressa. Isso me levou a refletir sobre como os animais e sua capacidade de nos entreter podem nos tornar pessoas mais "humanas", na mesma proporção em que os smartphones são capazes de reduzir nossa capacidade de sociabilização do tipo "olho no olho".
 
Pesquisa realizada pelas empresas Hootsuite e We Are Social mostrou que o Brasil é um dos campeões mundiais em tempo de permanência na rede. Ficamos conectados, em média, 9h14min por dia, atrás apenas da Tailândia (com 9h38min) e Filipinas (com 9h24min). O modo de acesso exclusivo pelo celular é ainda mais rotineiro nas classes D e E; já nas classes A e B, há outros dispositivos em que o usuário se conecta. Assim, fica evidente que o baixo custo dos dispositivos móveis é decisivo para o crescimento de sua utilização.
 
Quantas histórias você já escutou de pessoas que estão caminhando na rua e batem com a cabeça em algum lugar por ter sua atenção totalmente focada na tela do celular? Isso prova que elas estão isoladas no ambiente virtual, dedicando seu tempo às relações digitais, em detrimento do contato pessoal.
 
Precisamos reconhecer que a tecnologia tornou nossas vidas muito mais práticas: fez com que o trabalho passasse a ser mais produtivo, encurtou distâncias, proporcionou inúmeras facilidades e otimizou os contatos. No entanto, ela traz uma clara tendência ao isolamento.
 
Outra pesquisa, realizada pela Fundação Getulio Vargas, indicou que, para 41% dos jovens brasileiros, as redes sociais causam sintomas de ansiedade, tristeza e depressão. Eles também são os que menos confiam no digital. Em contrapartida, os mais velhos são os que mais confiam na tecnologia pela oportunidade de se conectar com pessoas distantes.
 
Costumo dizer que existe um senhor absolutamente implacável que controla a nossa vida, chamado tempo. Ele tem uma função fundamental em uma equação simples: se eu estou aqui, não posso estar lá. Se tenho minha atenção voltada para uma tela, não é possível me envolver em outra atividade – pelo menos não com a mesma intensidade. E a relação abundante de hoje mostra que o divertimento, os amigos, a família, os relacionamentos amorosos e até eles – os pets – perderam espaço para a rotina altamente conectada. Logo eles, nossos grandes companheiros há mais de 12 mil anos.
 
Falei sobre pets porque só quem os tem sabe como eles podem ser especiais. Só eles têm o poder de tornar sua chegada triunfal depois de um dia exaustivo de trabalho. Mas poderia ser sobre um filho, avós, marido, esposa… Como eu disse, o tempo é um gargalo absoluto. E talvez estejamos investindo cada vez menos onde tem amor de verdade.


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