Aulus Leite
Assessor de investimentos e líder de equipe na Monteverde Investimentos
Será que as pessoas cuidam do seu dinheiro da mesma forma que cuidam de sua saúde? Se formos considerar os dados divulgados pelo Banco Central, que revelam que a poupança no mês de setembro teve um ingresso de R$ 8,7 bilhões, podemos dizer que não.
Antes de começar a investir, o primeiro passo é entender a importância disso. Todos temos sonhos na vida: viajar, ter filhos, comprar um imóvel, um carro, ou pagar um curso no exterior. O fato é que o dinheiro move o mundo, e fazê-lo trabalhar para nós é algo essencial para que os nossos sonhos sejam atingidos mais rapidamente. Além disso, devemos estar cientes de que a inflação tanto pode contribuir para que os nossos sonhos fiquem mais distantes devido à perda do poder de compra quanto torná-los ainda mais próximos de serem realizados. Isso, claro, se você souber usar a inflação a seu favor, como, por exemplo, investindo em algum produto que proporcione uma remuneração baseada nesse índice inflacionário.
Quando uma pessoa investe, principalmente no caso de investimentos conservadores – ou seja, aquele tipo de investimento que você já sabe qual será a forma de remuneração –, o que ela está fazendo de fato é emprestar esse dinheiro a alguém para que, após um determinado tempo, esse mesmo valor retorne já atualizado com uma determinada taxa.
O que se deve observar aqui é se ao "emprestar" o seu dinheiro você está recebendo pelo menos 100% da taxa que o seu "empréstimo" vale, pois caso isso não esteja acontecendo, você está deixando de ganhar dinheiro. Quer um exemplo? A caderneta de poupança rende 70% da taxa Selic mais a TR (taxa referencial). Como a TR hoje é zero, a poupança rende apenas 70% da taxa de juros. Agora, imagine chegar no fim do mês e o seu chefe avisar que você receberá apenas 70% do seu salário? O que os olhos não veem o coração não sente, mas deveria começar a sentir.
Depois que você entende a importância de investir, o próximo passo é decidir onde investir. Está claro que nos últimos cinco anos o Brasil vem passando por um forte movimento de desbancarização, ou seja, as pessoas começaram a sair dos bancos e procurar por corretoras independentes para fazer seus investimentos.
Hoje, quando você investe no banco onde é correntista, o seu gerente oferece apenas produtos do próprio banco, até porque não faz sentido ele oferecer produtos do banco concorrente, já que o objetivo é captar o dinheiro do cliente para poder emprestar para outro cliente a juros absurdos e, consequentemente, lucrar com esses juros. Já ao investir em uma corretora, uma pessoa pode usufruir de uma plataforma aberta de investimentos – que oferece produtos de todos os bancos – e ainda contar com uma maior facilidade para escolher o produto adequado e que se encaixe no prazo que deseja investir, e também com a taxa de remuneração desejada.
Mas se você já sabe a importância de investir e onde investir, o ideal é traçar um plano. Como eu disse logo no início, investimos porque temos objetivos e sonhos, portanto, o próximo passo é definir o quanto será investido (valor financeiro), por quanto tempo – aqui é preciso deixar claro que existem vários investimentos que não têm prazos e podem ser resgatados quando o investidor desejar – e qual é o seu perfil de investidor.
Como o mercado está em constante mudança, o ideal é sempre buscar um acompanhamento especializado. Por esse motivo, procurar uma assessoria de investimentos é imprescindível. Lembre-se de que seus sonhos sempre estarão lá e só depende de você se eles estarão mais próximos ou mais distantes de ser alcançados.