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Testosterona e o culto ao corpo

Anabolizantes geram paranoia, alucinações e elevam a pressão arterial


postado em 06/11/2019 04:00

Adauto Versiani Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Minas Gerais (SBEMMG)

 

O Novembro Azul é uma oportunidade de alertar a sociedade para refletir sobre a saúde do homem relacionada à próstata, mas também devemos considerar outra questão: o culto ao corpo. O número de produtos e prescrições médicas com testosterona aumentou exponencialmente nos últimos anos e a campanha Testosterona – Só para quem tem deficiência confirmada, lançada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), é de extrema importância para discutir a situação.

A testosterona é o mais importante hormônio produzido pelo homem e só deve ser usada em situações legítimas, como reposição por deficiência, sendo imprescindível a recomendação e o acompanhamento médico. Entretanto, o uso indiscriminado para reativar a energia do corpo, aumentar o desejo sexual ou potencializar a musculação, por exemplo, expõe o usuário a grandes riscos.

 

O excesso de testosterona pode elevar a concentração de células sanguíneas, e entre as consequências está a ocorrência de embolias, crescimento irreversível das mamas e redução na quantidade de esperma, podendo causar infertilidade.

 

Os esteroides anabolizantes sintetizados em laboratório são um dos meios mais procurados por quem usa testosterona sem recomendação  médica, tornando-se um problema de saúde pública. A sociedade contemporânea, marcada pelo culto ao corpo e o consumo desenfreado, estabelece padrões estéticos, associando categorias e status a músculos e excesso de gordura e impactando na autoestima das pessoas.

 

A excessiva valorização da aparência corporal, ultrapassando os conceitos de saúde, leva muitos brasileiros a investir, desde cedo, em anabolizantes. O levantamento do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Unifesp revelou que o uso de anabolizantes é feito por cerca de 1,4% dos estudantes brasileiros com até 18 anos. Entre os estudantes com mais de 19 anos, a taxa subiu para 3,5%.

 

Os anabolizantes geram paranoia, alucinações e elevam a pressão arterial. E um outro grave efeito está nos comportamentos agressivos, impactando a qualidade das relações interpessoais e a vida profissional.

 

As consequências são ainda mais sérias entre adolescentes, pois acelera a maturação óssea, isto é, o crescimento dos ossos do esqueleto não acompanha a idade. O aumento dos pelos púbicos e do corpo e o desenvolvimento sexual precoce também são questões preocupantes entre os médicos. Os resultados rápidos e satisfatórios da testosterona em excesso levam muitos homens e mulheres ao uso frequente dessas substâncias, tornando-se um hábito.

 

Afinal, quem não quer estar bem com o próprio corpo e ter todas as funções em perfeito estado? Entretanto, o corpo apresenta processos adequados para isso, sem prejudicar a saúde, exigindo apenas determinação e disciplina para a musculação, com acompanhamento de nutricionista e personal trainer. Vale lembrar que existem outros riscos associados ao uso inadequado de testosterona, alertando que pode ser mais um tiro que sai pela culatra. 

 

 


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