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Estado de Minas

É possível substituir professores por robôs?


postado em 15/10/2019 19:05

Richard Vasconcelos 
Especialista em tecnologias 
educacionais e CEO da LEO Learning Brasil 
 
Estudo apresentado no início deste ano pelo Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da UnB (Universidade de Brasília) apontou que 54% dos empregos formais no Brasil devem ser substituídos por máquinas até 2026. Se, nesse panorama, a profissão de professor não figurou entre as mais prováveis de caírem por terra, tampouco constou entre os ofícios menos suscetíveis à automação nos próximos anos. Eis uma incógnita. 
Já em 2017, o especialista em educação Anthony Seldon dividia a plateia do British Science Festival ao afirmar com veemência que robôs começariam a substituir os professores dali a, no máximo, 10 anos. A possibilidade de uso da inteligência artificial orientada a processos otimizados de aprendizagem era o combustível da polêmica. 
 
Ao entrar em algumas salas de aula, podemos considerar que alguns professores já são robôs! Eles lecionam a sua aula apenas lendo os seus slides de PowerPoint ou gastam a maior parte do seu tempo falando e escrevendo na lousa, sem interagir com o aluno. O foco desse professor-robô está na transmissão do conhecimento, sem se preocupar com o processo de aprendizagem do seu aluno. Será que esse professor poderia ser substituído por um robô?
 
No entanto, o fato é que são mínimas as chances de abrirmos a porta de uma sala e nos deparar com um robô à la Jetsons ordenando aos alunos que abram seus livros, repetindo textos em voz alta ou corrigindo provas após as 22h. Porém, já no tempo presente, não podemos ignorar que existe, sim, uma revolução acontecendo nas salas de aula. A combinação de aplicativos que medem performance em simulados se tornou um hit nos cursinhos, e os edutubers (professores que dão aula no Youtube) são a tábua de salvação de quem passou a aula toda conversando via WhatsApp.
 
É que a sala de aula convencional carrega em seu formato quase um século de defasagem. Igualmente defasados estão nossos modos de ensinar e aprender. Paralelamente, a revolução digital disparou questionamentos profundos diante do que é necessário estudar agora para conseguir entrar no mercado de trabalho em pouquíssimos anos. E é esse formato intransponível que está em vias de falência. 
 
De volta ao professor, é inegável o potencial de adaptação desse profissional, que, até aqui, provou-se socialmente indispensável nos mais diversos contextos. Ao longo da história e nos diversos países, professores ensinaram entre estilhaços de guerra, alfabetizaram sobre a areia dos rios africanos, somaram e multiplicaram diante das condições mais adversas. 
 
Na corrida contemporânea, mais uma adaptação urgente e brusca se anuncia necessária. A transformação é inevitável e cada vez mais urgente. Entre o professor e o robô, deve surgir um facilitador apto a mover a ênfase do ensino (entrega de conteúdo) à aprendizagem (compreensão e construção de conhecimento). A tecnologia, principalmente o celular, deve ser vista como aliada à aprendizagem que permite acessar conteúdos externos e usar ferramentas de discussão e colaboração dentro da sala de aula. O foco do professor deve ser cada vez menos a memorização e cada vez mais o desenvolvimento de habilidades comportamentais, como pensamento crítico, criatividade, comunicação, negociação, entre outras. Dessa forma, o professor jamais será substituído por um robô. 


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