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Finanças comportamentais nas decisões de investimento


postado em 19/09/2019 04:00

Leandro Fornasari Guerra
Sócio da One Investimentos

Em um cenário econômico como o atual, com os juros no patamar histórico mais baixo, democratização dos investimentos e amadurecimento – quase que por uma obrigatoriedade – do conhecimento dos investidores sobre mercado, produtos e soluções existentes, o assunto finanças comportamentais fica ainda mais em evidência. Isso significa que o lado psicológico ganha destaque no momento da tomada de decisões relacionadas ao dinheiro, especialmente a fim de minimizar erros e ampliar as possibilidades de alcançar bons resultados.

Os estudos sobre o tema remontam ao final da década de 1970, quando os israelenses Daniel Kahneman e Amos Tversky começaram suas investigações, no meio acadêmico, e deram origem às teorias das finanças comportamentais. As publicações da dupla, ganhadora do Prêmio Nobel de Economia em 2002, mostraram que os julgamentos e escolhas dos indivíduos estão sujeitos a variações emocionais e padrões comportamentais que fogem à racionalidade, por mais conhecimentos e informações que eles tenham.

Sendo assim, os investidores sofrem de, basicamente, dois problemas centrais: limites cognitivos e vieses emocionais. O primeiro ponto consiste na aplicação incorreta de princípios matemáticos e estatísticos, além de escolhas com base na memória e lembranças. Nele se enquadram alguns aspectos, tais como apego a convicções deficientes, conservadorismo, desconforto em situações em que novos dados não se encaixam em um padrão anterior, dificuldade em lidar com probabilidades.

Os vieses emocionais, por sua vez, são causados por impulsos, sentimentos e emoções, fatores sociais, intuição. Eles afetam a maneira como os investidores entendem, interpretam e reagem a uma informação. Entre as armadilhas estão excesso de confiança, otimismo ou pessimismo exagerado e, principalmente, aversão a perdas. Nesse caso, as pesquisas comprovaram que as pessoas sentem muito mais “dor” com uma perda que prazer com um ganho equivalente.

Essa afirmação contribui para a compreensão das atitudes do investidor no mercado financeiro, no momento de avaliar os benefícios e os riscos envolvidos em uma decisão de investimento. Por exemplo, em números, significa dizer que comprar uma ação por R$ 100 e vendê-la por R$ 95 causa mais sofrimento que a felicidade de adquirir o bem pelos mesmos R$ 100 e vendê-lo por R$ 105. Dessa forma, acabam sendo adotadas estratégias falhas, como: a rentabilidade da aplicação X subiu no ano passado, enquanto a minha carteira caiu. Então, vou vender tudo e comprar X!

Portanto, embora pareça óbvio que o ato de investir seja influenciado pelas emoções e todos os outros vieses citados, a questão comportamental, muitas vezes, não é percebida de forma tão clara no dia a dia do investidor. O que é um equívoco, sobretudo quando riscos maiores passam a estar envolvidos na composição da carteira, uma das características do mercado atual: hoje, o funcionamento dos produtos e soluções é diferente do comportamento, em um passado recente, daquele famoso 1% ao mês na renda fixa.

Por isso, é importante se conhecer melhor como investidor e fazer com que as armadilhas cognitivas e emocionais tenham o menor impacto possível na tomada de decisões. Aos assessores de investimentos, cabe o papel de auxiliá-lo a lidar com tais aspectos e manter o foco no planejamento, para que consiga, efetivamente, atingir seus objetivos pessoais. Afinal, as finanças comportamentais estão no pano de fundo de qualquer conjuntura econômica.


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