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Estado de Minas EDITORIAL

Declaração irresponsável

A questão que se impõe é que todos têm o dever de contribuir para o controle desenfreado dos gastos públicos


postado em 11/09/2019 04:00


 




O agente público, quando decide inscrever-se em concurso para disputar uma vaga na máquina administrativa do Estado, presume-se deve estar imbuído dos mais altos propósitos para bem servir a sociedade da melhor e mais transparente maneira possível. Mas isso está longe de acontecer, e o que se vê são os interesses pecuniários falarem mais alto, independentemente da difícil situação econômico-financeira vivida pela grande maioria da população, obrigada a sobreviver com salário mínimo muito inferior ao necessário para uma família ter uma vida minimamente digna.
 
Assim, beira a irresponsabilidade a declaração de um procurador de Justiça de Minas Gerais de que seu salário de R$ 24 mil é um "miserê", como se ele e sua família, com esse invejável provento, vivessem na miséria, sem se dar conta de que o salário mínimo no país é de R$ 998. Completamente fora da realidade, o representante do Ministério Público estadual parece desconhecer as enormes dificuldades econômicas enfrentadas pelo seu estado, o que não é "privilégio" de Minas, e pelo país. A situação fiscal do Brasil e dos entes federados é gravíssima e, se os gastos públicos não forem contidos, não há a mínima chance para a volta do crescimento da economia a taxas robustas, como é o desejo de todos os brasileiros, sobretudo os 12,8 milhões de desempregados.
 
Esta não é a primeira vez que integrantes do MP e do Poder Judiciário se manifestam, claramente, contra a urgente necessidade do controle das contas públicas, em flagrante oposição às medidas de contenção de gastos dos governos federal e estaduais. Ignoram que a renda média de um brasileiro é de R$ 2.270 por mês, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que, atualmente, existem 38 milhões de trabalhadores em situação de informalidade, sendo que 10 milhões vivem com rendimento abaixo do mínimo necessário à sua sobrevivência. Mais: o salário mínimo para uma família, hoje, de acordo com a letra da Constituição, deveria ser de R$ 4.044.
 
O absurdo e inaceitável é que, no caso específico do procurador mineiro que diz encontrar-se em situação de miséria, a média salarial que ele recebeu, nos últimos sete meses, foi de R$ 68.275, e a menor quantia, em março, de R$ 48 mil, o dobro do que ele considera "um miserê". Isso devido a indenizações e outros penduricalhos que se somam ao salário, o que é comum em praticamente todos tribunais e MPs espalhados pelo país. A questão que se impõe é que todos têm o dever de contribuir para o controle desenfreado dos gastos públicos, que levaram o Brasil a uma situação econômica de extrema gravidade e que requer sacrifício de todos os segmentos sociais, sem privilégios para quem quer que seja.


 


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