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Vacinas e a reeducação

Campanhas devem ser permanentes, claras e adequadas ao público-alvo


postado em 11/06/2019 04:07

Causa preocupação o retrocesso que se observa no tocante à vacinação. Talvez, mais que preocupação, o sentimento seja de perplexidade. O Brasil foi citado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como modelo na prevenção de doenças para as quais existe a possibilidade de imunização.


Tratadas como política de Estado, as campanhas chegaram aos mais remotos rincões do país e fizeram a sua parte. Graças à mobilização e à cobertura constante, enfermidades como poliomielite, sarampo, caxumba e catapora tornaram-se males do passado, cobertos pela poeira do tempo.


Aos poucos, porém, os pais deixaram de vacinar os filhos. Em 2018, por exemplo, o Brasil registrou mais de 10 mil casos de sarampo, concentrados sobretudo no Amazonas e em Roraima. Em consequência, perdeu o Certificado de Eliminação de Sarampo, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Em 2019, já se contam 51 ocorrências.


Meningite é outro exemplo. Em 2018, dos 15.700 casos, 3 mil resultaram em morte. Vale lembrar que o sistema público de saúde, além de atendimento profissional, oferece a vacina gratuitamente. Mesmo assim, 20% dos menores não completam a imunização. Entre os adolescentes, o índice alcança 40%. Outras enfermidades seguem o mesmo script.


O assunto preocupa autoridades e especialistas. Três causas são apontadas para o fenômeno. Uma delas: a vacina paga o preço do próprio êxito. Gerações passadas conviveram com as mazelas. Viam, entre familiares, vizinhos ou conhecidos, vítimas das doenças – rostos marcados, crianças de muletas ou em cadeira de rodas, enterros frequentes. Esse cenário desapareceu, o que levou ao relaxamento.


As fake news também respondem por boa parcela da culpa. Circulam pelas redes sociais – cada vez com mais intensidade – notícias de que as vacinas, longe de curar ou prevenir, provocam autismo e outras enfermidades. Muitos acreditam e preferem não pôr em risco a saúde dos filhos. Em bom português: a informação falsa afugenta os responsáveis pela vida ou pela integridade física das crianças. Há, também, quem atribua a negligência à falta de tempo. Pais que trabalham o dia inteiro deixam para depois a ida aos postos. E o depois não chega.


Seja uma, seja a soma de duas ou das três razões, o fato é que a cobertura vacinal perde espaço. Medida tão séria quanto a decisão de erradicar doenças capazes de ser prevenidas precisa ser tomada. Ela passa, necessariamente, pela reeducação do povo.


Campanhas devem ser permanentes, claras e adequadas ao público-alvo. Escolas, igrejas, imprensa, clubes sociais e ONGs têm de ser convocados para colaborar. Mais: retomar a prática antiga mas eficiente de vacinação nas salas de aula é bem-vinda para o momento.


Como dizia velho político gaúcho, para vencer o diabo, convoquem-se todos os demônios. A nação continental que, com planejamento e determinação, soube perseguir a meta e erradicar males que aleijavam ou matavam suas crianças, conhece a receita. Impõe-se aviá-la.


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