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Redes sociais e compulsão pela beleza


postado em 26/05/2019 04:05

A percepção equivocada sobre partes do corpo, enxergando de maneira exagerada ou diferente do que realmente são, é uma das situações enfrentadas por quem sofre de Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). Trata-se de um problema cada vez mais comum nos consultórios de cirurgia plástica e as redes sociais se tornaram um potencial meio para o crescimento dessa situação. Normalmente, o diagnóstico é feito quando a pessoa já passou por intervenções cirúrgicas para corrigir algum aspecto da aparência, mas, ainda assim, demonstra uma grande insatisfação com o resultado. O TDC é uma doença grave, mas tem cura.


A condição psicológica é caracterizada pela preocupação exagerada com a aparência ou defeitos pequenos, muitas vezes imperceptíveis, mas que assumem dimensões grandes para a pessoa. A doença aparece com um comportamento compulsivo pela aparência, provocando muito sofrimento. Conforme estudos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a prevalência de sintomas para o transtorno em pessoas que procuram cirurgias plásticas no Brasil pode chegar a 57%. Mais de 4 milhões de brasileiros são afetadas pelo transtorno, que deve ser tratado por psiquiatras ou psicólogos.


A doença foi descrita pela primeira vez pelo médico italiano Enrico Morselli, em 1886. No Brasil, há mais de 150 mil casos por ano já registrados e as causas são multifatoriais, desde transtornos ambientais, ou seja, pessoas que sofreram algum tipo de bullying na infância; causas genéticas, ou até mesmo, hormonais. As pessoas com baixa serotonina, hormônio do bem-estar, podem se sentir pior e desenvolver algum grau desse transtorno.


A prevalência é igual entre homem e mulher, mas observa-se que acomete mais pessoas jovens. Existe uma demanda grande entre o público de 15 a 30 anos, gerando certa preocupação. O diagnóstico é difícil, porque existem graus da doença, desde leve a exagerado. Há um questionário em que é possível identificar certas condutas de um possível transtorno. O levantamento identifica a presença dos sintomas clássicos de TDC e explora as expectativas da pessoa. Os indivíduos classificados como moderado ou grave costumam buscar, de forma exagerada, os espelhos, têm certa autocrítica elevada e costumam ser adeptos dos aplicativos de imagem. As características observadas no comportamento da pessoa e que pode levar a outros transtornos de imagem são identificadas por cirurgiões plásticos, dermatologistas, educador físico e dentistas, áreas que lidam diretamente com a imagem, mas devem ser tratadas por psiquiatras e psicólogos.


A sociedade vive um momento social de muita cobrança e pressão. Um alto padrão de beleza e, quem não se encaixa, se sente deslocado. As redes sociais, como o Instagram, são um espelho para essa busca da imagem perfeita. Para se ter ideia, um estudo da Academia Americana de Cirurgia Facial, Plástica e Reconstrutiva (AAFPRS) revelou que 55% dos cirurgiões plásticos faciais atenderam pessoas que queriam aparecer melhor em selfies, no ano passado, em comparação com 13%, em 2013. O desejo de se enquadrar nesse parâmetro leva adolescentes a procurarem, cada vez mais cedo, os procedimentos estéticos e cirúrgicos.


Apesar dos próprios desejos, conversar sobre o que pode ou não ser feito é muito importante. Consulte sempre um dermatologista ou cirurgião plástico, pois somente eles poderão indicar o que pode ser feito. É fundamental refletir sobre o propósito e consultar um cirurgião credenciado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para esclarecer as dúvidas, fazer os exames pré-operatórios e identificar um hospital qualificado para o procedimento.


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