O livro didático é distribuído para milhares de alunos brasileiros anualmente, sendo extremamente importante no processo de aprendizagem, pois auxilia na compreensão, interpretação e produção de conhecimento. Uma grande incerteza que sempre permeou a produção dos livros é quem seria o público-alvo desde a sua origem: aluno ou professor?. A verdade é que ambas as figuras se beneficiam com o recurso e, por isso, as informações devem ser sempre atualizadas.
Criado no século 19, o livro didático era um adicional da Bíblia, único material aceitável em escolas e comunidades, contendo, portanto, ensinamentos além da escritura sagrada, conforme estudos. O material ganhou espaço nas salas de aula e nas políticas públicas mundo afora. A linha cronológica do livro no Brasil começa com a criação do Instituto Nacional do Livro (INL), que, mais tarde, seria o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), órgão responsável pela distribuição de obras didáticas aos estudantes da rede pública.
O livro foi a principal fonte de informação, se não a única, em alguns casos, como apontou a 3ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. O levantamento do Instituto Pró-Livro revelou que o livro didático é o gênero mais lido no Brasil, sendo fundamental para crianças e jovens despertarem o hábito e gosto pela leitura. Pode-se dizer que o livro didático é um instrumento para a formação cidadã, pois está presente desde a educação infantil, democratizando o acesso à informação e à cultura.
O livro didático também é fundamental no planejamento pedagógico dos professores, auxiliando na organização das matérias ensinadas e facilitando a construção de sentidos. Entretanto, é importante que os profissionais usem o mesmo com parcimônia, pois é um entre diversos recursos de aprendizagem.
Outros processos também devem ser explorados em sala de aula. Ela deve ser um espaço de trocas que estimulem o aluno. Atividades práticas, utilização de videosaula, games educacionais, construção de conhecimento através da metodologia dos grupos cooperativos são muito bem-vindas e necessárias a uma prática educacional do século 21.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), entre outras mudanças, prevê a obrigatoriedade das alterações no material didático para garantir a atualização. Aprovada recentemente como um documento de referência para os conhecimentos indispensáveis aos estudantes brasileiros, a BNCC deverá ser implantada por todas as escolas brasileiras a partir de 2019, com prazo máximo de aplicação no início de 2020.
O cumprimento das novas normas requer parcerias com produtoras de livros sobre conhecimentos que garantam uma atualização rápida para uso diário e atual.
A obra didática é fundamental no processo de letramento, mas a sua eficiência depende da forma como é usada pelo professor e de sua habilidade em suprir ausências de abordagens que porventura possam existir.