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Estado de Minas

Tudo em ordem. A desordem é local


postado em 26/11/2018 05:23

Dentro de 35 dias, novos tempos, melhores tempos, conforme prometido por Jair Bolsonaro, na Presidência do Brasil, e Romeu Zema, no governo de Minas. Bolsonaro já anunciou quase todos os seus ministros. De Zema, ainda em fase de pesquisa e de avaliação, mas certamente dentro do perfil que prometeu na campanha.
Como tudo está, acreditamos, em ordem, apenas na expectativa de que será cumprido o que prometeram, vamos deixar os dois em paz na formatação de seus governos. O assunto precisa ser outro, para não cansar quem escreve e os possíveis leitores fiéis aos escritos semanais.


Com o volume de problemas locais, diria domésticos, em expansão em todos os setores da cidade, do estado, do país, vale tentar resumi-los para que uma solução seja discutida, equacionada e encontrada.


Chuva, violência, falta de mobilidade urbana, alagamentos, soterramentos, planejamentos urbanos defeituosos, viadutos perigosos, crimes sem punição, divergências legais, supremas majorações salariais, e por aí. Os que acompanham o dia a dia desses velhos tempos pré-mudanças saberão identificar e nomear os envolvidos em cada um dos temas acima.  


Chuva: continua forte e seguida sobre uma cidade, a nossa, desprotegida e alagada. A tragédia na Avenida Vilarinho, em Venda Nova, é uma mostra do descaso do poder público. Um episódio triste que todos os anos se repete ali e em todas as regiões baixas e com córregos cobertos e transformados em avenidas por engenheiros talvez sem preparo e projetos malfeitos. Ali, naquela tarde de tempestade, morreram afogadas, dentro de um carro arrastado pela correnteza, uma jovem mãe, com um terço na mão, e a filha de 6 anos, as duas abraçadas. Uma cena que chocou e emocionou todos os que ainda ficam chocados e emocionados com a dura realidade da vida de uma cidade desguarnecida.


No mesmo local, no mesmo dia, uma menina de 16 anos, para tentar escapar, abriu a porta do carro em que viajava exatamente em cima de um bueiro sem tampa (tampa de ferro ou de metalon?) que a sugou diante do olhar desesperado de seu namorado e dos que estavam próximos. Seu corpo foi encontrado em um córrego no dia seguinte. A TV mostrou o desespero de seu pai, chorando a perda da única filha.


O prefeito Alexandre Kalil, em gesto elogiável, mas exagerado, assumiu a culpa pela tragédia do Vilarinho. A culpa maior é dos que o antecederam e nada fizeram para evitá-la. E como evitar? A prefeitura deve ter departamentos especializados em canalizações e alagamentos. Se a canalização do Vilarinho, para criar a avenida, não foi executada dentro da boa técnica, que seja refeita o mais rápido possível, por empresas sérias e competentes. E os que erraram, no projeto e na execução, sejam punidos, administrativa, civil e criminalmente, como acontece nos países civilizados. Com tudo concluído antes que nova tragédia aconteça. Chuva, enchente, bueiros sem tampa, entupidos pelo lixo jogado nas ruas pelos mal-educados, alagamentos, perdas de vida e materiais, acontecem todos os anos.


Nosso trânsito é caótico, mesmo sem chuva. Para melhorar o fluxo de veículos, basta proibir estacionamento lateral em todas as avenidas de grande movimento – Contorno, Raja, Afonso Pena, Antônio Carlos, Brasil, Prudente de Morais, todas, enfim. E em ruas como a Antônio Aleixo, via de ligação com a Praça da Liberdade, com duas faixas para o fluxo e duas para o rotativo, fonte de renda para a PBH. Vejam a exemplar Amazonas, nunca engarrafada, pois estacionar nela é proibido.
Aarão Reis, engenheiro, urbanista, planejou Belo Horizonte no final do século 19 (ainda sem automóveis), com ruas e avenidas largas. A Afonso Pena tem cinco faixas de cada lado; a Contorno, via periférica da área urbana, quatro. Pouco lembrado e homenageado, Aarão não teve seguidores nos que projetaram novos bairros com ruas e avenidas estreitas. Basta circular pela cidade para comprovar. Exemplo: Raja e Prudente, abertas sem noção de futuro, duas pistas de cada lado, duas para estacionar. Um disparate!


Viadutos e elevados desmoronam, afundam, aqui e em São Paulo. Seus projetistas e construtores deveriam aprender com os que projetaram e construíram o nosso centenário e bonito Viaduto Santa Tereza e o da Floresta, sem trincas e afundamentos.


No faits divers, o caso do aluno do Instituto de Educação que agrediu e, com um chute na cabeça, matou um colega. Sua ficha, na escola, é péssima: mais de 30 ocorrências de agressão, violência, desrespeito. Ele está preso, mas ficará pouco tempo na cadeia, pois nossas leis (como diz, com razão, Jair Bolsonaro) são condescendentes com criminosos. A direção do Instituto deveria ser punida por não ter expulsado o aluno-problema há muito tempo.


O Judiciário brasileiro continua claudicando, um juiz condena, outro absolve, um manda prender, outro, ministro de um tribunal qualquer, mandar soltar. Samba de criolo doido e desafinado de uma Justiça embriagada que não se acanha em pedir, ao Legislativo, aumento salarial inoportuno, abusivo, de consequências graves para o caixa da União e dos estados. Aumento aprovado pelo Senado, com surpreendentes votos a favor dos mineiros, entre eles o candidato do PSDB derrotado na disputa pelo governo de Minas Antônio Anastasia. O projeto absurdo pode e deve ser vetado pelo presidente Temer, se ele quiser deixar seu nome, com as honras devidas, na história de nosso país.


Para terminar, um registro auspicioso: nossa Faculdade de Direito, formadora de gerações de competentes bacharéis, terá nova direção a partir de hoje, com a posse dos respeitados, cultos e dedicados professores Hermes Vilches Guerrero, diretor, e Mônica Sette Lopes, vice-diretora. Posse às 19h, em sua sede, na Praça Afonso Arinos. Como ex-aluno, bato palmas.


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