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Estado de Minas VIOLÊNCIA

Governador do Rio recebe ameaças de atentado após onda de violência

Depois de percorrer gabinetes em Brasília atrás de ajuda federal para combater o crime organizado, Cláudio Castro é alertado de plano para matá-lo


27/10/2023 03:55 - atualizado 27/10/2023 11:02
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Plano para executar Cláudio Castro e sua família foi descoberto pela polícia fluminense após a onda de ataques da milícia, no começo da semana
Plano para executar Cláudio Castro e sua família foi descoberto pela polícia fluminense após a onda de ataques da milícia, no começo da semana (foto: (Carlos Vieira/CB))

A Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu um plano de atentado contra o governador do estado, Cláudio Castro (PL), em meio aos ataques da milícia na capital fluminense. A informação foi divulgada, ontem, pela assessoria de imprensa do governo fluminense. A esposa de Castro e os dois filhos do casal também estariam na mira dos criminosos. Todos tiveram a segurança reforçada pelo Gabinete de Segurança Institucional do estado após a ameaça.


 A cidade do Rio de Janeiro enfrentou, no início da semana, uma série de ataques a ônibus e estações do BRT promovida por chefes do crime organizado, desencadeada após a morte de um miliciano pela polícia. Segundo o governo do RJ, o plano do atentado foi descoberto após os ataques, e está sob rigorosa investigação para identificar e punir os autores. O inquérito está sob sigilo.

 

Os ataques promovidos pela milícia ocorreram na segunda-feira, na Zona Oeste da cidade. O grupo responsável, liderado por Luís Antônio da Silva Braga, o "Zinho", incendiou pelo menos 35 ônibus e um trem, após a morte do sobrinho dele, Matheus da Silva Resende, o "Faustão" — segundo na linha de comando da quadrilha —, durante confronto com a polícia. O grupo é considerado a maior milícia do Rio de Janeiro.

Ontem, uma operação da Polícia Civil terminou com o chefe de outra milícia que atua na Zona Oeste, a de Pedra de Guaratiba, baleado. Marcelo de Luna Silva, conhecido como "Boquinha", é homem de confiança de Zinho. Ele e outro miliciano, que seria seu segurança, entraram em confronto com policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco). Ambos foram atingidos e levados ao Hospital Pedro II, em Santa Cruz, e o estado de saúde dele é considerado estável.

Os governos estadual e federal preparam, agora, medidas para conter a violência e o poder dos grupos criminosos. Anteontem, Castro fez um giro por Brasília para pedir apoio à União e sugerir, no Senado, propostas para o endurecimento de penas a criminosos. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara um pacote de medidas para reforçar a segurança no Rio de Janeiro, cujo anúncio está previsto para a semana que vem.

Sob Castro, o estado do Rio de Janeiro vem enfrentando repetidas crises na segurança pública, envolvendo especialmente a guerra de facções de milícias e do tráfico de drogas que, atualmente, se confundem em suas atividades criminosas. Apesar das falas do governador sobre dar um "duro golpe" no crime organizado, as milícias ocupam praticamente metade da área metropolitana da capital, segundo estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF) feito no ano passado. Ao pedir apoio ao governo federal, Castro argumenta que as mesmas organizações criminosas estão presentes em outros estados.

O esforço é liderado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas também deve envolver a Defesa, com atuação das Forças Armadas em portos, aeroportos e fronteiras para o combate ao contrabando, especialmente de armas e drogas, que está entre as principais fontes de renda dos grupos criminosos.

Cesta de soluções

Ontem, o ministro da Justiça, Flávio Dino, defendeu a criação de um Conselho Nacional para combater as milícias e o endurecimento da lei para enquadrar facções criminosas como grupos terroristas. Para ele, é preciso criar uma "cesta de soluções" para enfrentar o problema, e qualquer um que prometa uma "bala de prata" quer apenas juntar votos.

"É uma ideia minha, não do governo ainda, e é a primeira vez que eu a externo em público. Será que o Brasil, que tem o Conselho Nacional de Justiça, que criou o Conselho Nacional do Ministério Público, não deve, neste momento, criar o Conselho Nacional das Polícias? Criar uma Corregedoria Nacional das Polícias? Isso não ajudaria os estados?", declarou Dino ao canal de notícias Globonews.

O ministro citou a apreensão de 47 fuzis na Barra da Tijuca, e afirmou que o problema das milícias é uma engrenagem que não atinge apenas a periferia. Segundo ele, o presidente Lula determinou que o combate ao crime organizado seja a prioridade da pasta.

Ele descarta, porém, uma intervenção federal, mas ressalvou que o cenário pode mudar no futuro. Em sua avaliação, não há respaldo constitucional para determinar a intervenção agora.

"Eu não sou mágico, e não existe mágico. Quem diz que vai resolver com bala de prata, com um único tiro no meio dos olhos do tigre, na verdade, só quer ganhar voto. É mentira. Exatamente porque é uma engrenagem que foi montada", pontuou Dino.

 

 


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