Jornal Estado de Minas

INVESTIGAÇÃO

Polícia de Alagoas indicia empresa pela venda de petiscos contaminados


Após quase um ano de investigações, a Polícia Civil de Alagoas indiciou a empresa responsável pela venda de petiscos para cachorros que estavam contaminados com monoetilenoglicol, substância química imprópria para o consumo animal e humano. O caso ganhou repercussão no ano passado após tutores denunciarem a morte de seus animais de estimação.



O inquérito foi enviado para o Ministério Público do Estado de Alagoas nessa segunda-feira (28/8). As investigações começaram em setembro de 2022, depois que duas tutoras registraram boletim de ocorrência contra a marca Dental Care, da fabricante Bassar, por suspeita de intoxicação ao consumir petiscos caninos da marca.

"Responsabilizamos a empresa que vendeu o produto, Pet Center Comércio e Participações S.A.", confirmou o delegado responsável pelas investigações, Robervaldo Davino, à reportagem do Estado de Minas. O laudo pericial da Polícia Civil concluiu que os petiscos consumidos pelos animais de estimação estavam contaminados com monoetilenoglicol.

Os petiscos contaminados, fabricados pela Bassar, foram comprados pela Petz e chegaram ao consumidor final. A substância foi utilizada na produção dos snacks caninos no lugar do propilenoglicol, não tóxico, que normalmente compõe o produto. A polícia de Alagoas não detalhou a investigação e quantas mortes de cachorros foram registradas no estado.



A reportagem do Estado de Minas procurou a rede de pet shops e aguarda retorno.

Foram registradas mais de 50 mortes de animais por suspeita de intoxicação em nove estados e no Distrito Federal.

Petiscos contaminados em Minas Gerais

Em dezembro, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu a investigação do caso de contaminação de petiscos e indiciou quatro pessoas da Tecno Clean Industrial, empresa de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, responsável pela venda do monoetilenoglicol para a fabricante de petiscos Bassar.

Procurada pela reportagem do Estado de Minas, a corporação destacou que o inquérito já foi entregue ao Ministério Público. "A PCMG esclarece que laudos complementares, provenientes da investigação, ainda estão em produção, e serão adicionados ao inquérito policial", informou por meio de nota.