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Estado de Minas DISTRITO FEDERAL

'Humor ácido': professora do 'look do massacre' pede desculpas

Lorena Santos afirma ser uma possível vítima de massacre nas escolas e assume estar encarando as consequências da publicação: 'Não sou santa'


23/04/2023 13:16 - atualizado 23/04/2023 13:38
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Mulher
Ela assumiu estar encarando as consequências (foto: Reprodução/Instagram)
A professora Lorena Santos, 28 anos, publicou uma série de vídeos, neste sábado (22/4), em uma rede social para se pronunciar sobre a publicação de "look massacre", feita na última quinta-feira (20/4).

Formada pela Universidade de Brasília (UnB), ela define a postagem como "humor ácido" e se diz uma possível vítima das ameaças de ataques por estar na linha de frente da creche, além de pedir desculpas pela fala e assumir estar encarando as consequências.

Sobre a publicação, Lorena admite que não foi às redes sociais para se fazer de vítima da situação. "Vim assumir as consequências do que fiz, do que falei e vim esclarecer o que não fiz e o que não falei. Não sou santa, nunca fui, nunca vou ser. Sou assim mesmo, tenho esse humor ácido, machuco muita gente. Então, não tem como eu transparecer uma coisa que eu não sou aqui", pontua.

Ela acrescenta que é empreendedora e mãe de uma menina de 3 anos, matriculada em uma creche, e que está na linha de frente do trabalho em escolas públicas e se considera uma possível vítima do que ela chama de ameaças de ataques. "Nós, professores, não tivemos o privilégio de escolha de não irmos à escola. Os alunos tiveram essa escolha, mas nós, professores, tivemos que cumprir a nossa obrigação de estarmos lá", complementa.

Lorena assegura que recebe ameaças veladas e em forma de aviso. "Professora, eu sei qual é o seu carro, sei onde você mora, sei que você tem filho (refere-se a estudantes). Nós convivemos com o descaso do Estado com a educação diariamente. Falta de pessoal, de estrutura, de segurança, de tudo. Vocês sabem como é precária a educação pública no Brasil", destaca.

Ela afirma que vive com medo e com receio. "Essa situação de perigo e de medo é um pouco do cotidiano do professor. A gente se vê de mãos atadas e faz o que dá para fazer. Não foi diferente com essas ameaças. Já que não dá para gritar por segurança e por socorro, podemos usar uma roupa confortável, não usar salto, para se qualquer coisa acontecer, a gente esteja preparada", comenta.

Como justificativa, Lorena ressalta que, no sentido de proteção, a postagem foi fazendo paralelo com um acidente. "Aquela coisa de se eu sofrer acidente, a minha calcinha não vai estar furada. Porque no acidente meio que a gente não tem controle, igual nessa situação a não ser se preocupar com uma coisa banal que é uma roupa. A gente fica tão indignado por não ter o que fazer", exclama.

A professora assume que a publicação foi "sem noção e totalmente inapropriada". "Para quem acha que eu incitei ou incentivei alguma coisa, não faz sentido, porque eu estava lá, na linha de frente. Não faz sentido incentivar algo contra mim mesma. Também sou mãe e minha filha estava lá na creche", ressalta. Lorena garante que se algo acontecesse, ela assim como os outros professores assumiriam a postura de proteger os alunos. Por fim, pediu desculpas pela forma como falou e assume estar encarando as consequências.

Indiciamento

Após a publicação da foto com a legenda "look especial massacre", Lorena foi indiciada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A profissional, que leciona no Centro de Ensino Fundamental (CEF) do Itapoã, fez uma postagem mostrando uma foto dela mesma no espelho com os dizeres: "Look de hoje: especial massacre. Se eu morrer hoje, estarei belíssima pelo menos".

De acordo com o delegado Giancarlos Zuliani, da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), a professora foi indiciada de acordo com o artigo 41 da Lei de Contravenções Penais. Segundo o artigo, configura contravenção provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente ou praticar ato capaz de produzir pânico ou tumulto. A pena pode ser multa ou variar de quinze dias a seis meses de prisão. A professora já foi ouvida pela PCDF e a ocorrência já foi registrada. Segundo o delegado, o procedimento estará na justiça na segunda-feira (24/4).

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) informa que instaurou um procedimento de investigação preliminar para apurar a conduta da professora. "A pasta repudia qualquer tipo de postagem que ressalta a violência e reforça o compromisso e empenho na busca pela cultura de paz no ambiente escolar".


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