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Estado de Minas BELÉM

Círio de Nazaré: procissão deve reunir 3 milhões de pessoas no domingo

Romeiros de todos os cantos são acolhidos e relatam graças alcançadas


08/10/2022 11:45 - atualizado 08/10/2022 13:02

Romaria
Percurso da romaria é de aproximadamente 24 quilômetros (foto: Gustavo Werneck/EM/DA Press)
Por Gustavo Werneck

Belém (PA) - Feliz Círio! É com essa saudação acolhedora e singela que os visitantes são recebidos na capital paraense para os festejos em honra a Nossa Senhora de Nazaré, o Círio de Nazaré, que poderá reunir no domingo (9) cerca de 3 milhões de pessoas.

O número superlativo, se confirmado, terá 1 milhão a mais de romeiros do que em 2020, quando, devido à pandemia, ocorreu a última procissão nas ruas de Belém, com a imagem da padroeira do Pará e Rainha da Amazônia. O cortejo percorrerá 3,6 quilômetros e foi reconhecido, em 2013, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Na manhã deste sábado (8), com as casas enfeitadas com estandartes e sempre trazendo altares para a imagem de "Nazinha", apelido carinhoso da santa, ocorreram duas das 13 procissões que compõem os festejos da maior procissão católica do mundo, com mais de 200 anos de tradição.

O dia começou com a Romaria Rodoviária, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, com a Imagem Peregrina da Virgem de Nazaré conduzida até o Trapiche de Icoaraci, para a saída do Círio Fluvial. O percurso da romaria é de aproximadamente 24 quilômetros, o segundo maior dos cortejos ficiais do Círio de Nazaré.

[FPTP3]Na sequência, começou o Círio Fluvial, com a chegada emocionante na Escadinha da Estação das Docas. A Imagem Peregrina foi levada no navio Garnier Sampaio, da Marinha do Brasil, responsável por também fazer a organização e controle de toda a Romaria Fluvial, que envolve  cerca 400 embarcações e 80 motos aquáticas.

Romeiros


Círio Fluvial
Círio Fluvial, com a chegada emocionante na Escadinha da Estação das Docas (foto: Gustavo Werneck/EM/DA Press)
As vésperas do Círio, milhares de romeiros e pagadores de promessas, os promesseiros, chegam de todos os cantos da Amazônia, muitos viajando a pé, sozinhos ou em grupo, carregando imagens de Nossa Senhora de Nazaré e apoiando o corpo num cajado.

Ao lado de 19 pessoas, o servidor público Cláudio Ferreira caminhou 84 quilômetros de Castanhal, onde mora, até a Catedral Basílica, no Bairro Nazaré, em Belém. "Somos movidos pela fé", afirmou Cláudio que agradeceu pelo emprego conseguido e cumpriu a promessa de ir a pé a Belém, no dia do Círio.

Também sem parar para dormir na estrada, Vânia Coelho, de Castanhal, disse que Nossa Senhora de Nazaré, que os fiéis tratam intimamente de "Nazinha", intercede a Deus por todos. "Pedi a cura para minha filha, que tinha epilepsia. Na época, ela estava com 9 anos. Ficou boa, hoje tem 30".

Os fiéis recebem acolhida, com alimentação e outros cuidados, na "Casa de Plácido", localizada perto da Catedral Basílica. À frente da obra da Igreja está a Pastoral da Acolhida. "Em 2019, recebemos 88 mil pessoas, e acreditamos que, desta vez, serão mais de 100 mil", estima a coordenadora da Pastoral da Acolhida, Conceição Rodrigues.

Círio 4
Pastoral conta com 790 voluntários, incluindo médicos, e oferece de um revigorante lavapé a massagem e atendimento médico (foto: Gustavo Werneck/EM/DA Press)
Com o fruto de doações, a pastoral conta com 790 voluntários, incluindo médicos, e oferece de um revigorante lavapé a massagem e atendimento médico. "As pessoas caminham longas distâncias, muitas chegam debilitados e com os pés feridos, demandando serviço médico", disse a coordenadora, ressaltando que a equipe é "ecumênica" ou de várias religiões.

Vinda de Fortaleza (CE), Elida Nobre, de 71 anos, viajou mais de 24 horas. "Peguei três ônibus. A gente fica cansada, mas valeu a pena", contou a mulher, enquanto se entregava a uma massagem, na noite de sexta-feira (7).

O nome "Casa de Plácido" faz uma homenagem ao paraense agricultor e caçador Plácido José de Souza, que no ano de 1.700 encontrou a pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré, entre pedras lodosas às margens do Igarapé Murutucu (onde se encontra a basílica), no tronco de uma árvore.

Após o achado, Plácido levou a imagem para a sua choupana e no outro dia ela não estava lá. Correu ao local do encontro e lá estava a imagem da Santinha. E o fato se repetiu várias vezes.

(*) O repórter viajou a convite do Instituto Cultural Vale


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