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Estado de Minas RACISMO

Criança negra é agredida com cintadas por segurança do Burger King

Criança ganhou um refrigerante de uma cliente, mas foi impedida de tomar e retirada do estabelecimento com cintadas


18/02/2022 15:00 - atualizado 18/02/2022 15:48
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Pessoas que presenciaram a cena ficaram revoltadas e saíram em defesa do menino.
Pessoas que presenciaram a cena ficaram revoltadas e saíram em defesa do menino (foto: Reprodução/TV Globo)

Um menino de 12 anos foi agredido por um segurança do Burger King, na Zona Sul de São Paulo. Após ganhar um copo de refrigerante de uma cliente da loja, a criança teve o copo tomado das mãos pelo segurança e foi expulso do local a cintadas. O caso ocorreu na terça-feira (15/2) e foi registrado na 26ª Delegacia de Polícia, em Sacomã, depois que a mãe foi informada.

"Eu entrei. Aí ela foi e me deu um copo. Aí eu falei tá bom. Aí na hora que eu fui encher, ele pegou o copo de mim e deixou lá no lixo. Daí, quando fui correr, ele me deu uma cintada", contou a vítima em entrevista ao telejornal Bom Dia SP. Algumas pessoas que estavam no local se revoltaram com a situação e interviram em favor do menino.

Em vídeo que circulou pelas redes sociais, é possível ver quando um homem se revolta e começa a bater no segurança. Quando os demais funcionários da loja saem em defesa do menino, outra pessoa, que estava filmando a cena, começa a discutir. "Ele bateu na criança, ele bateu na criança de cinta. Nem mendigo se trata desse jeito, parceiro", diz.
Rayane Carmen da Silva, mãe do menino agredido, disse que o segurança agiu motivado por preconceito. "Pra mim isso foi uma agressão a partir da cor, porque o segurança é branco e meu filho é preto, mas não justifica por a mão numa criança", declarou. Ela também contou que foi até a loja falar com os funcionários, mas ninguém a levou a sério.

"Eu fui lá no Burger King para tomar satisfação com o que fizeram com o meu filho. Chegaram a dizer que achavam que ele não tinha pai nem mãe, como se isso fosse justificativa para bater nele da forma como bateram", lembrou. Na quarta-feira (17/2), ela foi à delegacia acompanhada da avó do garoto para registrar a ocorrência. O caso está sendo investigado como lesão corporal.

Investigação administrativa

Nesta sexta-feira (18/2), a Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania de São Paulo também se pronunciou. O órgão abriu um processo interno para responsabilizar administrativamente os responsáveis pela agressão. A ação será investigada como discriminação racial e pode resulta em multa de até R$ 95,9 mil ou cassação do alvará de funcionamento do estabelecimento.

Em nota enviada ao Correio, o Burger King informa que o segurança era contratado de uma empresa terceirizada e que dispensou os serviços dela assim que a agressão foi denunciada. Leia a manifestação da empresa na íntegra:

"O Burger King reforça que repudia qualquer ato de violência. A empresa informa que encerrou o contrato com a empresa de serviço terceirizado responsável pela segurança, e entrou em contato com a mãe do adolescente para se colocar à disposição. O Burger King segue apoiando as autoridades na apuração do caso." 


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