(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas MORTE DE CONGOLÊS

Homem confessa agressão


02/02/2022 04:00

O congolês Moise Kabamgabe foi espancado até a morte
O congolês Moise Kabamgabe foi espancado até a morte em quiosque (foto: Redes sociais/reprodução)

Rio de Janeiro – Um homem que se apresentou como Alisson Oliveira, de 27 anos, compareceu ontem à 34ª Delegacia de Polícia, em Bangu, e disse ter agredido o congolês Moise Kabamgabe, na Barra da Tijuca. O congolês foi espancado até a morte após cobrar R$ 200 por duas diárias de trabalho não pagas no quiosque Tropicália, na orla da Barra, na Zona Oeste. Ela estava no Brasil desde 2011, quando fugiu da guerra na República Democrática do Congo. Alisson, que seria empregado do quiosque, prestou depoimento, mas o teor não foi divulgado. Antes, em vídeo divulgado nas redes sociais, ele afirma que a morte não foi motivada porque a vítima era negra ou "porque alguém devia a ele".

"Eu sou um dos envolvidos na morte do congolês. Quero deixar bem claro que ninguém queria tirar a vida dele, ninguém quis fazer justiça porque ele era negro ou alguém devia a ele. Ele teve um problema com um senhor do quiosque do lado, a gente foi defender o senhor e infelizmente aconteceu a fatalidade de ele perder a vida", disse Alisson.

Alissou afirmou ainda que junto com outro envolvido no espancamento tentou prestar socorro, pediu desculpas à família de Moïse e disse que iria se entregar. Mais tarde, a polícia divulgou o vídeo mostrando as agressões à vítima. As imagens revelam que as agressões começam depois de uma discussão entre um homem que segura um pedaço de pau e o congolês, que mexe em objetos do quiosque.

Em seguida, Moïse solta objetos que segurava e mais dois homens se aproximam. Na sequência começam as agressões. Em vários momentos é possível ver que o congolês não oferecia resistência enquanto levava golpes com pedaços de madeira. As agressões duraram pelo menos 15 minutos e foram gravadas pelas câmeras de segurança do quiosque. Moise sofreu ataques de mais de um agressor, que, segundo testemunhas, usaram pedaços de madeira e um taco de beisebol. Ele foi encontrado em uma escada, amarrado e já sem vida. Os parentes só souberam da morte na manhã de terça-feira (25/1), quase 12 horas após o crime.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse pelas redes sociais que o assassinato de Moïse "não ficará impune". Já o secretário municipal de Fazenda do Rio de Janeiro, Pedro Paulo, afirmou que o quiosque terá o alvará suspenso. A concessionária Orla Rio, que administra quiosques nas praias da cidade, também afirmou que interrompeu a operação do quiosque até a conclusão das investigações.

O primo de Moise, Yannick Iluanga Kamanda, que teve acesso às imagens obtidas pela Polícia Civil, disse ao jornal Extra que o primo chegou até a ter as pernas e os braços amarrados durante a agressão. "Num primeiro momento, o meu primo é visto reclamando porque ele queria receber. Em determinado momento, os ânimos se acirraram e o gerente pega um pedaço de madeira. O meu primo corre para se defender com uma cadeira. O gerente vai embora e em seguida volta com cinco pessoas e pegam o meu primo na covardia.”

“Um rapaz dá um mata-leão (chave de pescoço) nele e os outros quatro se revezam em bater", disse. " Ele apanhava e as pessoas se revezavam para bater. Não satisfeitos, eles amararam os braços e as pernas dele e continuaram batendo. O meu primo ficou desacordado e mesmo assim ele espancavam ele. Só depois de um tempo eles viram que ele estava desacordado e deixaram ele jogado na areia", acrescentou.



receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)