
"A ação criminosa, por agentes públicos, teve como alvos alguns dos mais respeitáveis especialistas do País: Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Marco Aurélio Sáfadi, da Sociedade Brasileira de Pediatria e Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações. Os Doutores Marco Aurélio Sáfadi e Renato Kfouri são também consultores do Comitê Extraordinário de Monitoramento COVID-19 da AMB, o CEM COVID", pontuou a AMB no texto.
O caso ocorre após a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) admitir ter repassado dados como CPF, e-mail e telefone dos profissionais em um grupo WhatsApp, que posteriormente circularam na internet.
Isabella Ballalai, Marco Aurélio Sáfadi e Renato Kfouri participaram da audiência pública promovida pelo Ministério da Saúde, na última terça-feira (4), para debater sobre a vacinação infantil. As informações vazadas fazem parte de declarações assinadas pelos profissionais antes da audiência - procedimento comum em reuniões de cunho científico. Posteriormente, os especialista foram alvo de ameças de grupos negacionistas.
"Lamentável e condenável, a iniciativa configura ataque à liberdade de pensamento e de expressão, tentativa de intimidação, além de método de incitar ameaças por parte das forças negacionistas a médicos comprometidos exclusivamente com a ciência e a boa assistência aos brasileiros", defendeu a AMB.
"Aliás, em todo o episódio envolvendo a imunização para crianças de 5 a 11 anos, estas mesmas forças negacionistas e antivacinas fazem coro contra a ciência, retardando a vacinação a esse público específico. Viram as costas à saúde dos brasileiros, como, aliás, o fazem desde o início da pandemia. A AMB, legítima representante dos médicos do Brasil, não se calará em momento qualquer diante de ataques à boa Medicina, à assistência digna aos cidadãos, aos médicos que exercem sua autonomia pautados em sólidas evidências científicas", completou a entidade.
Por fim, decretou: "Informamos que tomaremos todas as medidas possíveis para responsabilizar os detratores dos médicos, inclusive do ponto de vista legal".
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
