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Estado de Minas

Ministério garante compra da Coronavac

Vacina do Butantan terá distribuição exclusiva pelo SUS para todos os estados e será gratuita


10/01/2021 04:00

Mesmo servindo como pano de fundo de um embate político, os resultados positivos em relação à vacina chinesa CoronaVac falaram mais alto. Após comprovação de 78% de eficácia contra a COVID-19, o Ministério da Saúde firmou exclusividade na distribuição do imunizante produzido pelo Instituto Butantan. Com isso, a população brasileira terá acesso às doses pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de forma gratuita e respeitando as prioridades estabelecidas pelo plano do Ministério da Saúde.

O acordo foi acertado entre a pasta e o instituto em reunião na sexta-feira, garantindo que "a totalidade das vacinas produzidas pelo laboratório paulista serão adquiridas pelo governo federal e incorporadas ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19". "Assim, brasileiros de todo o país receberão a vacina simultaneamente, dentro da logística integrada e tripartite, feita pelo Ministério da Saúde e as secretarias estaduais e municipais de Saúde", detalha nota da pasta.

A informação já havia sido previamente anunciada pelo ministro Eduardo Pazuello em coletiva na quinta-feira, dia em que o acordo de incorporação da vacina ao PNI foi, de fato, firmado. “Todas as vacinas que estão no Butantan serão, a partir deste momento, incorporadas ao PNI. Elas serão distribuídas de forma equitativa e proporcional, assim como as vacinas da AstraZeneca”, afirmou.

Antes, o que existia era apenas um memorando de intenção de compra, que chegou a ser desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que não iria adquirir a “vacina de Doria”, como definiu. No entanto, o governo federal voltou atrás, mas enfatiza que a produção não pertence a um estado. “Deixar bem claro: quem comprou a vacina foi o Instituto Butantan, não foi o estado de São Paulo”, disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, durante a coletiva.

Por enquanto, estão garantidos 46 milhões de doses da CoronaVac até abril e outros 54 milhões para serem fornecidas ao longo de 2021, a depender da liberação orçamentária do governo federal. Uma nova reunião entre o Ministério da Saúde, o Butantan e os conselhos de secretários de Saúde estaduais e municipais (Conass e Conasems) será marcada para os próximos dias. A pauta, segundo a pasta, é o “detalhamento dos próximos passos da logística e o calendário da campanha”.

Além dos 100 milhões de unidades do imunizante produzido pelo Butantan, o PNI terá, em 2021, 210,4 milhões de doses da vacina da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford. Mais 42,5 milhões de vacinas também estão garantidos pelo mecanismo multilateral Covax Facility.

Maia ataca e Bolsonaro desdenha


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) trocaram farpas ontem. “Bolsonaro: 200 mil vidas perdidas até agora. Você tem culpa”. A frase dura foi disparada na tarde de ontem, por Maia (DEM), no Twitter. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) culpou o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, pelo atraso na campanha de vacinação do Brasil e perda de popularidade. A revelação foi feita pela revista Veja, que apurou que Bolsonaro culpava Pazuello, ministro da Saúde, pela perda de popularidade e atraso das vacinas.

Mais cedo, nas redes sociais, Maia (DEM) criticou diretamente o presidente e afirmou que “Bolsonaro é covarde”. À noite, Maia repetiu ao vivo, no programa Brasil Urgente, o que afirmou no Twitter. Procurado pelo apresentador do programa, Bolsonaro disse a Datena que não se pronunciaria sobre as críticas. “Não vou dar palanque para ninguém”, disse Bolsonaro rapidamente.

“Chamei, porque quem nomeia os ministros, quem determina a política é o presidente. Se o ministro errou, quem errou foi o presidente. O ministro é um subordinado do presidente. Quando ele quer transferir para o ministro a responsabilidade, é um sinal de covardia total”, disse Maia. O presidente da Câmara afirmou ainda que se Bolsonaro “quer transferir para terceiros ou para o próprio ministério a responsabilidade, não merece estar onde está. Mas nós respeitamos o resultado das urnas, mas ele precisa respeitar também o seu papel. Quando ele transfere para terceiros sua responsabilidade, ele é um covarde”.

Maia também disse esperar que a imunização dos brasileiros não seja mais politizada, nem leve em conta apenas sua origem. “Eu espero que tenha responsabilidade e respeite a decisão da ciência. A vacina do Butantan está aprovada, precisa agora da Anvisa para aprovar, não precisa ficar procurando a vacina da Oxford na Índia para poder superar essa disputa boba entre ele e o (João) Doria qual é a vacina que vai começar a vacinar os brasileiros. O importante é que a gente reduza essa perda de vidas”, finalizou.



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