(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas COVID-19

Com avanço do coronavírus, São Paulo passa a China

Na contagem do número de infectados, o estado atingiu ontem 86.017 casos, número superior ao da China, que tem 84.102 registros, segundo levantamento feito pela universidade americana John Hopkins


postado em 27/05/2020 04:00 / atualizado em 26/05/2020 22:57

A taxa de casos de contaminação e mortes atribuídas à COVID-19 a cada 100 mil habitantes é maior em São Paulo do que a registrada na Espanha durante o lockdown (expressão inglesa para o confinamento mais severo) feito naquele país. Na última semana, o estado teve, em média, 184 mortes confirmadas por dia pelo novo coronavírus, com pico de 324 óbitos confirmados em 24 horas na terça-feira. Já a Espanha teve 838 mortes num único dia, quando foi determinado o fechamento total para conter a disseminação da doença.
 
A situação em São Paulo assusta, apesar das medidas de isolamento impostas pelo governador João Doria (PSDB) Ministério da Saúde. Na contagem do número de infectados, o estado atingiu ontem 86.017 casos, número superior ao da China, que tem 84.102 registros, segundo levantamento feito pela universidade   americana Johns Hopkins.
 
Na segunda-feira, Doria afirmou que, por enquanto, o estado não terá lockdown. “Neste momento, tenho que ser sincero. Não há perspectiva de lockdown imediato. Não vamos decretar em nenhuma cidade. Mas o olhar é diário, temos o sistema de monitoramento inteligente”, afirmou o governador. O estado está há mais de dois meses em quarentena e deve continuar neste regime até dia 31.
 
Doria afirmou que São Paulo vai passar por uma “nova quarentena inteligente”.“Não é imaginável que possamos não ter uma nova quarentena a partir de 1º de junho, mas será uma quarentena inteligente. Ela vai levar em conta toda a regionalização de São Paulo, no interior, capital, região metropolitana e litoral”. A decisão deverá seguir orientação do comitê de saúde do governo estadual, com diferentes níveis de flexibilização do isolamento social ou fechamento.
 
Na última semana, o estado teve, em média, 184 mortes ao dia por COVID-19, enquanto na Espanha houve 838 óbitos em 24 horas. Na tentativa de aumentar a taxa de isolamento social, o governo paulista decidiu antecipar os feriados. O recesso do dia 9 de julho (Revolução Constitucionalista) foi adiantado para segunda-feira. Os feriados de Corpus Christi (11 de julho) e da Consciência Negra (11 de novembro) também foram adiantados para este mês.
 
A estratégia trouxe resultados, tendo em vista que a taxa de isolamento social na capital paulista ficou em 57% no domingo. Esse foi o percentual mais alto dos últimos domingos. Entretanto, ainda ficou abaixo das taxas registradas no começo da quarentena, em março. Já no estado, a taxa ficou em 55%. O recomendado pelas autoridades de saúde é de 70%.

Consenso Na manhã da  terça-feira, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, afirmou ter uma “avaliação positiva” quanto à taxa média de isolamento social obtida durante o feriado prolongado pela antecipação dos feriados na capital.  Ele adiantou que deverá apresentar “números muito positivos”, que já demonstram “estabilização” da pandemia no município. Quanto aos rumos da quarentena a partir de 1º de junho, disse que ainda estão em andamento as tratativas com o governador João Doria, mas que deve surgir consenso sobre as medidas.
 
A taxa de ocupação nas unidades de terapia intensiva (UTIs) na capital diminuiu em 2%, totalizando 88% no último domingo. Já no estado, a ocupação das UTIs é de 73,8%. A Secretária Estadual da Saúde afirmou por meio de nota que “os óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 72,8% das mortes.” De acordo com o órgão é “observando faixas etárias subdivididas a cada 10 anos, que pode se notar que a mortalidade é maior entre 70 e 79 anos (1.474 do total), seguida por 60-69 anos (1.439) e 80-89 (1.203)."

*Estagiárias sob supervisão da subeditora Marta Vieira


Três perguntas para...Sergio Cimerman, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia

  • Para Sergio Cimerman, da Sociedade Brasileira de Infectologia, houve atraso na adoção do isolamento no Brasil, principalmente nas capiitais(foto: Arquivo pessoal)
    Para Sergio Cimerman, da Sociedade Brasileira de Infectologia, houve atraso na adoção do isolamento no Brasil, principalmente nas capiitais (foto: Arquivo pessoal)

  • Houve demora na adoção de medidas de isolamento?
  • Acredito que sim. Houve um certo retardo em todos os estados, principalmente nas grandes capitais. E, agora, nós estamos colhendo os frutos deste pico de curva que não tende a cair.

  • O senhor acredita que a proposta de adiantar feriados vai ajudar a diminuir a transmissão do vírus?
  • Na verdade, é uma tentativa que se está fazendo no estado de São Paulo para melhorar a redução de mobilidade. Em princípio, nos primeiros dias, isso não alterou muito a redução de mobilidade. Temos que aguardar o final para uma nova reavaliação

  • Quais as maiores dificuldades na luta para conter o avanço do vírus?
  • As maiores dificuldades na luta para combater o vírus é na verdade a alta transmissibilidade e alta contagiosidade e é um vírus que não tem um tratamento, até então, comprovado. Então, isso é outro fator que também complica. Outro fato é que as pessoas não estão fazendo isolamento social adequado. Essas são medidas que a gente precisa melhorar para que possamos ter uma resposta melhor em relação à COVID-19.



  • receba nossa newsletter

    Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

    Cadastro realizado com sucesso!

    *Para comentar, faça seu login ou assine

    Publicidade

    (none) || (none)