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Estado de Minas CORONAVÍRUS

SOBEM PARA 12 CASOS SUSPEITOS NO BRASIL

Exames descartam contaminação de jovem internada no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte. Seis outros pacientes estão sendo monitorados pelo Ministério da Saúde


postado em 01/02/2020 04:00 / atualizado em 31/01/2020 22:28

Máscara se tornou obrigatória nos países asiáticos com o avanço da contaminação pelo coronavírus(foto: MLADEN ANTONOV/AFP )
Máscara se tornou obrigatória nos países asiáticos com o avanço da contaminação pelo coronavírus (foto: MLADEN ANTONOV/AFP )

Subiu para 12 o número de casos suspeitos pelo novo coronavírus no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), três a mais em relação ao último boletim epidemiológico. Os resultados dos exames da jovem de Belo Horizonte descartaram a doença que se espalhou a partir da China em 2019 e é considerada ameaça mundial. A pasta montou força-tarefa de enfrentamento à epidemia. O país ainda não tem nenhuma confirmação do vírus e, com a eliminação do caso em BH, Minas Gerais não conta com caso suspeito.
 
A nova doença, que acomete o sistema respiratório, já deixa 258 mortos e está perto da marca de 10 mil pessoas infectadas em 23 países, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A organização considerou a transmissão do novo coronavírus uma emergência de saúde pública internacional.
 
O ministério informou ontem que seis novos pacientes estão sendo monitorados e três foram descartados, um no Rio de Janeiro, outro, em São Paulo e a jovem internada desde segunda-feira no Hospital Eduardo de Menezes, em BH. Com isso, a pasta acompanha casos suspeitos no Ceará (1), Paraná (1), Rio Grande do Sul (2), Santa Catarina (1) e São Paulo (7).

“O risco está alto para o mundo todo”, alertou o secretário Nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira. “A avaliação de risco pode ser ajustada a qualquer momento. Estamos sob declaração de emergência de saúde pública internacional. Nenhum país está imune”, disse.
 
Inicialmente, as autoridades de saúde haviam anunciado 13 casos suspeitos no Brasil, mas, durante a coletiva de imprensa, ontem, eles disseram que haviam recebido naquele momento resultados negativos para a estudante de BH.
 
“Estamos antecipando uma informação que vai sair no relatório de amanhã (sábado), ao meio-dia, essa informação vai sair no relatório. Mas, como tínhamos combinado com vocês, estão todos ansiosos, estamos antecipando uma informação fora do script. Ela vai estar no resultado de amanhã, mas afirmamos que o resultado de saúde”, disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, depois de ser perguntado sobre a paciente de BH.
 
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, fez três exames, usando técnicas diferentes, e todos eles descartaram o contágio pelo novo microorganismo, que começou a circular em dezembro de 2019. O novo coronavírus faz parte de uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias de leves a moderadas em seres humanos e animais. Os primeiros foram identificados em meados da década de 1960.
 
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a paciente continua internada em ala isolada do Hospital Eduardo de Menezes, referência em doenças infectocontagiosas. Outras 14 pessoas próximas dela estão sendo monitoradas.
 
A estudante, de 22 anos, que apresentou sintomas semelhantes a um resfriado, esteve na cidade de Wuhan, onde há o maior número de pacientes infectados. Ela informou aos órgãos públicos que não esteve no mercado de peixes chinês, considerado o local dos primeiros contágios. Também não teve contato com pessoa doente nem procurou nenhum serviço de saúde no país asiático.
 
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), após manifestar febre, a paciente começou a usar máscara para evitar contágio e foi diretamente à Unidade de Pronto Atendimento Centro-Sul, na sexta-feira (24), fazendo uso dessa proteção. Ela relata não ter saído de casa desde que chegou à capital. No dia 27, ela foi transferida para o Eduardo de Menezes.
 
Como se trata de um novo tipo, as investigações sobre transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento. O Ministério da Saúde alerta que o contágio costuma ocorrer por gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo ou usando os mesmos objetos ou superfícies contaminadas. “A máscara nesse momento não é para a população em geral. È para os trabalhadores da linha de frente de entrada e de coleta de exame e manejo de pacientes”, explicou Oliveira.
 
O ministério também negou a indicação de chá de erva-doce para combater a nova variedade do coronavírus. Uma série de publicações viralizou nas redes sociais brasileiras com a afirmação de que médicos estariam recomendando o consumo da infusão, que conteria a mesma substância do remédio Tamiflu.

PRIMEIRA SUSPEITA 


Em 21 de janeiro, outra paciente chegou a UPA-Centro Sul, na capital mineira, com sintomas respiratórios compatíveis com a doença viral aguda causada pelo coronavírus. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) havia considerado o caso suspeito, mas o Ministério da Saúde rejeitou a notificação, por não se encaixar, no momento, nos critérios da OMS.
 
A mulher de 35 anos esteve em um evento internacional em Xangai e desembarcou na capital mineira em 18 de janeiro. Ela chegou a ser conduzida ao Hospital Eduardo de Menezes para observação. Profissionais de saúde recolherem uma amostra de sangue e encaminharam para a Fiocruz, no Rio de Janeiro. A instituição, no entanto, verificou que se tratava de um caso de rinovírus humano (HRV).

OMS é contra fechar fronteiras


Genebra – A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou ontem que o fechamento das fronteiras com a China, onde surgiu o novo coronavírus seria improdutivo e poderia incentivar as pessoas a viajarem ilegalmente - o que favoreceria a propagação da epidemia. "Foi dito e reiterado claramente que a Organização Mundial da Saúde não recomenda restrições de viagens e comércio", afirmou um porta-voz da agência, Christian Lindmeier, em uma coletiva de imprensa em Genebra.
 
"Como outras situações mostraram, como o ebola, especialmente quando as pessoas querem viajar, elas fazem isso. E, se as fronteiras oficiais não estiverem abertas, elas encontrarão outros pontos de passagem informais", afirmou. Os países estão cada vez mais preocupados com o vírus. Rússia, Singapura e Mongólia anunciaram o fechamento de suas fronteiras para viajantes do gigante asiático, com o objetivo de tentar limitar a propagação da epidemia de pneumonia viral.
 
Lindmeier destacou, porém: "A única maneira de controlar quem passa pelas fronteiras e monitorar se apresentam sintomas de infecção é fazê-los passar por pontos de passagem oficiais". O número de pacientes infectados é próximo a 10.000 na China continental, quantidade superior à provocada pela epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS) em 2002-2003. Embora a grande maioria dos casos tenha sido detectada na China, uma centena deles também foi declarada em 20 países. A OMS e a China concordaram em enviar uma missão internacional de especialistas, mas seus detalhes são desconhecidos, informou a organização.

Americanos em quarentena


Washington – Os norte-americanos repatriados de Wuhan, cidade na China que é o epicentro do surto do coronavírus, serão postos em quarentena obrigatória, informou ontem os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país, segundo a agência France Presse. Todos os cidadãos repatriados da China estão, até o momento, no estado da Califórnia. Na quinta-feira, o governo americano pediu a seus cidadãos que não viagem à China, aumentando o alerta ao nível mais alto devido à epidemia do novo coronavírus, que já matou 213 pessoas e infectou mais de 9,7 mil.
 
O Departamento de Estado emitiu aviso de viagem de nível quatro – depois de solicitar aos americanos que "reconsiderassem" seus planos de viagem para a China – após a Organização Mundial da Saúde declarar a epidemia originada na cidade de Wuhan como emergência internacional. O pedido de cancelamento de viagens foi feito pelos Estados Unidos horas depois da confirmação do primeiro caso de transmissão interna do coronavírus no país.
 
De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), trata-se de uma pessoa que conviveu com uma mulher de Chicago que tinha viajado para Wuhan, na província de Hubei, na China. O caso registrado nos EUA não é o primeiro do tipo no mundo. Na terça-feira, autoridades japonesas informaram que identificaram o contágio em um paciente que não esteve na China. A Alemanha também registrou um caso do tipo. Ontem,  (31), a agência de notícia do Iraque informou que o aeroporto de Basra negará a entrada de viajantes vindos da China e de cidadãos chineses por medo do coronavírus, segundo a agência Reuters.


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