(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas TRAGÉDIA

Mortos em incêndio no Rio chegam a pelo menos 11

Vítimas do fogo no Hospital Badim eram quase todas idosas e morreram asfixiadas ou por desligamento dos aparelhos aos quais estavam ligadas. Prefeito quer investigar a causa


postado em 14/09/2019 04:00 / atualizado em 13/09/2019 21:28


 


Chamas tiveram início com curto-circuito em prédio anexo, que ficou totalmente destruído pelo fogo(foto: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo )
Chamas tiveram início com curto-circuito em prédio anexo, que ficou totalmente destruído pelo fogo (foto: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo )


Rio de Janeiro – Pelo menos 11 pessoas morreram na noite de quinta-feira, em um incêndio no Hospital Badim, situado na Tijuca, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Aparentemente provocado por um curto-circuito, o incidente foi declarado ao anoitecer. Mais de 100 pacientes foram retirados e transferidos para outros hospitais em meio a cenas de caos. O diretor do hospital, Fabio Santoro, informou que “11 mortes foram confirmadas” e, junto com as autoridades, seguem "os esforços para encontrar um paciente desaparecido".

Segundo Gabriela Graça, diretora do Instituto Médico Legal (IML) de São Cristóvão, os 10 corpos que foram levados para a instituição após o incêndio do Hospital Badim, foram mortos por asfixia e complicações após o desligamento de aparelhos de suporte à vida. “A maioria foi por asfixia, alguns casos não, mas coisas correlacionados do acidente(..) São descompensações das doenças que as pessoas, relacionadas aos aparelhos que as mantinham vivas e deixaram de funcionar no incêndio” declarou a médica.

De acordo com Santoro, 103 pacientes estavam no prédio no momento da tragédia e, destes, “77 continuam internados” em outras duas instituições médicas da cidade. Outros 14 “já estão em suas residências”, completou. A instituição divulgou uma nota, informando que “mais de 100 médicos foram mobilizados para dar socorro às vítimas”. Os motos no incêndio eram pessoas idosas, com idade entre 66 anos e 96 anos.

Em um comunicado divulgado na manhã de ontem, o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (CBMERJ) havia anunciado que “pelo menos dez pessoas foram a óbito”, sem especificar se eram pacientes, ou funcionários do Hospital Badim. Outra pessoa estaria desaparecida. “Cerca de 90 pacientes precisaram ser transferidos para outras unidades”, acrescentou o CBMERJ.A Polícia Civil está apurando para saber se foi mesmo um pico de luz que causou o incêndio. A Light (companhia de energia elétrica) nega o fato, mas informação vem sido repassada por familiares dos pacientes. Em nota a empresa pontuou que não houve registro de interrupção da rede elétrica.

A perícia técnica do Instituto Criminalista Carlos Éboli começou agir ontem. “Analisando as imagens vamos poder confirmar se houve realmente o pico de luz ou não” declarou um dos analistas. Em entrevista à Globo News, o delegado Roberto Ramos disse que foram recuperadas gravações com “imagens de câmeras do circuito interno” para determinar a origem das chamas. Os investigadores esperavam que a energia fosse cortada para poderem chegar ao gerador, onde havia água. As chamas foram controladas depois das 20h. Depois do anúncio da primeira vítima fatal, os bombeiros informaram que encontraram outros nove corpos durante as operações de resgate concluídas na madrugada.

Caos 

Durante várias horas, o caos tomou conta do lugar. Uma densa coluna de fumaça preta subiu pela lateral de um dos prédios, enquanto enfermeiras, médicos e voluntários corriam para retirar os pacientes do local. Teresa Dias, de 58 anos, estava no terceiro andar de um dos prédios novos do hospital, onde seu pai estava internado. “O médico entrou pedindo que a gente evacuasse o mais rápido possível, porque tinham um incêndio”, relatou. “Puseram meu pai em uma cadeira e o amarraram para evitar o risco de que se caísse. E vários homens o levaram pelas escadas”, assim como “muitos pacientes”, afirmou Teresa.

“A atenção para retirada foi muito rápida”, completou, acrescentando que viu “muita fumaça”, quando chegou às ruas, onde colchões e macas foram colocadas sobre o asfalto. As ambulâncias abriam caminho entre a equipe médica e a multidão de curiosos para transferir os pacientes para outras instituições. 'O vidro caindo parecia tiro. Pensei que fosse assalto. E, quando ouvi todo mundo gritar, desci para ver o que estava acontecendo. Vi muita fumaça e ouvi gritos muito altos. Os bombeiros chegaram rapidinho”, descreveu Terezinha Machado, uma vizinha de 76 anos. Segundo os bombeiros, o hospital tinha os certificados de segurança expedidos pelo próprio CBMERJ.

Ato de sabotagem? 

Durante uma visita ao hospital ontem, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, confirmou que o Hospital Badim “tinha todos os equipamentos” necessários e que “as investigações vão determinar se houve, ou não, responsáveis”. “É preciso ver se não houve sabotagens. É uma coisa que precisa ser investigada. Um motor que gera energia pegar fogo? O fogo vem da imprudência das pessoas, que acendem a chama em local que após não conseguem controlar, ou de algum circuito elétrico”, afirmou. A direção do hospital disse que “os familiares dos pacientes e funcionários envolvidos" no incêndio "receberam atenção do comitê de apoio do hospital, inclusive de uma assistente social”.

Crivella decretou luto oficial de três dias em função do incêndio. Crivella afirmou que dará apoio às vítimas. O prefeito cancelou agenda que faria para anunciar a licitação para a nova gestão do Museu do Amanhã. A direção do Badim expressou “profundo pesar”. Imediatamente, declarou a entidade, a brigada de incêndio iniciou a evacuação do prédio, mesmo antes da chegada do Corpo de Bombeiros. “Desde o primeiro momento a prioridade total foi socorrer os pacientes e funcionários e salvar vidas”, acrescentou a direção. “Face a esse fato trágico, a solidariedade dos hospitais privados e das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde está garantindo que os pacientes sejam transferidos.”


 
. LISTA DOS MORTOS
Vítimas do incêndio no Hospital Badim

» Maria Alice Teixeira da Costa, 75 anos
» Luzia dos Santos Melo, 88 anos
» Virgílio Claudino da Silva, 66 anos
» Ana Almeida do Nascimento, 95 anos
» Irene Freitas, 83 anos
» Berta Gonçalves Berreiros Sousa, 93 anos
» Marlene Menezes Fraga, 85 anos
» Alayde Henrique Barbieri, 96 anos
» Darcy da Rocha Dias, 88 anos
» José Costa de Andrade, 79 anos
» Ivone Cardoso, idade ainda não divulgada


memória

Chamas que se alastram

O incêndio no Hospital Badim é o quarto no país em menos de um ano. No dia 2 de setembro do ano passado, um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. O fogo começou por volta das 19h30 de domingo e foi controlado somente no fim da madrugada de segunda. Pequenos focos seguiram queimando partes das instalações da instituição, que completou 200 anos de existência em 2018. A maior parte do acervo, de cerca de 20 milhões de itens, foi totalmente destruída. Fósseis, múmias, registros históricos e obras de arte viraram cinzas. Pedaços de documentos queimados foram parar em vários bairros da cidade. O local já foi residência da família real brasileira durante o Império. Um curto-circuito no ar-condicionado provocou o fogo.
Em 8 de fevereiro passado, um incêndio atingiu o Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo,no Rio de Janeiro. O fogo no alojamento dos jogadores dos times de base do Flamengo matou 10 atletas e deixou outros três feridos. No dia 28 de junho, a cobertura do prédio do Hospital do Coração (HCor), no Paraíso, Zona Sul de São Paulo, também teve um incêndio. As chamas foram controladas rapidamente, mas parte dos pacientes teve de ser transferida para outra unidade do HCor e acompanhantes também precisaram deixar o edifício. Não houve vítimas. Curto-circuito no ar-condicionado foi a causa dos quatro incêndios. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)