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Estado de Minas OPERAÇÃO SEXTO MANDAMENTO

Grupo de extermínio no coração da PM de Goiás

PF inclui comandante de Policiamento da Capital entre suspeitos de integrar organização que matou mais de 100


postado em 12/11/2016 07:30 / atualizado em 12/11/2016 08:23

Tenente-coronel da PM Levi Felix, comandante da Corregedoria, disse que balas foram distribuídas para batalhões e polícia rodoviária (foto: Marcelo Gonçalves / Sigmapres / Estadão Conteúdo)
Tenente-coronel da PM Levi Felix, comandante da Corregedoria, disse que balas foram distribuídas para batalhões e polícia rodoviária (foto: Marcelo Gonçalves / Sigmapres / Estadão Conteúdo)
O tenente-coronel Ricardo Rocha, comandante de Policiamento da Capital da Polícia Militar de Goiás (PM-GO), está entre os alvos da segunda fase da Operação Sexto Mandamento, para combater grupos de extermínio. A investida aconteceu na manhã desta sexta-feira (11/11) pela Polícia Federal. A suspeita é que tenham sido feitas mais de 100 vítimas desde 2010. Além de Rocha, outros sete policiais militares são alvo de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para depor. Em nota, a assessoria de comunicação da PM-GO informou que “até o momento não possui informações sobre o procedimento legal que deu origem à medida coercitiva executada”.

Ao todo, foram cumpridos 39 mandados judiciais, sendo três mandados de prisão temporária, 19 mandados de busca e apreensão, além de 17 conduções coercitivas contra pessoas investigadas por suspeita de integrar a organização criminosa com base em Goiás. Os mandados foram cumpridos em Goiânia, Alvorada do Norte e Formosa. Para esta etapa, foram destacados 140 policiais federais, 24 deles do Comando de Operações Táticas para o cumprimento das ordens judiciais.  De acordo com a PF, o nome da ação é uma referência ao sexto mandamento da Bíblia: “Não matarás”.

Início A primeira fase da Operação Sexto Mandamento ocorreu em 2011, depois de um ano de investigação. A suspeita é de que o grupo de extermínio tinha entre suas vítimas crianças, adolescentes e mulheres sem qualquer envolvimento com crimes.s Duas mortes e dois desaparecimentos investigados na operação ocorreram em 2010. Desde 2015, o inquérito instaurado pela Polícia Federal para apurar o caso tramita na Justiça Federal em Formosa (GO).

Segundo as investigações, a organização criminosa tinha como principal atividade a prática habitual de homicídios com a simulação de que os crimes haviam sido praticados em confrontos com as vítimas. Alguns deles, foram praticados durante o horário de serviço e com uso de carros da Polícia Militar, de maneira clandestina e sem qualquer motivação, de acordo com a Polícia Federal.AbsolviçãoDurante a primeira etapa, 19 policiais militares foram presos, incluindo o tenente-coronel Ricardo Rocha. Ele ficou quatro meses preso e depois passou a atuar na área administrativa da corporação. Em junho, ele enfrentou um júri popular por um homicídio e foi absolvido. Com isso, em 26 de fevereiro deste ano, Rocha assumiu o comando de Policiamento da Capital.

Em março, uma ação conjunta da do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) recomendaram que o tenente-coronel fosse destituído do cargo, por responder por crimes e que o cargo deve ser ocupado por “militar que não exponha o Estado de Goiás a eventual novo pedido de federalização [julgamento de crimes]”. Porém, o vice-governador e secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária, José Eliton (PSDB), afirmou ter “integral confiança no tenente-coronel Ricardo Rocha para exercer o Comando da Capital.”


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