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Estado de Minas

Anvisa defende comprovação científica para a adoção da pílula do câncer até como suplemento

Possibilidade de comercializar a 'fosfo' como suplemento em vez de medicamento foi levantada como um plano B por defensores da legalização imediata da substância, caso o projeto seja vetado pela presidente Dilma Rousseff


postado em 03/04/2016 06:00 / atualizado em 03/04/2016 10:08

Fosfoetanolamina sintética vem sendo defendida para tratamento de câncer sem pesquisa científica (foto: Reprodução internet)
Fosfoetanolamina sintética vem sendo defendida para tratamento de câncer sem pesquisa científica (foto: Reprodução internet)
São Paulo – Mesmo como suplemento alimentar, a fosfoetanolamina sintética precisaria ter seus efeitos terapêuticos no organismo humano comprovados cientificamente para ser registrada, segundo o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Jarbas Barbosa.

A possibilidade de comercializar a “fosfo” como suplemento em vez de medicamento foi levantada como um plano B por defensores da legalização imediata da substância, caso o projeto de liberação aprovado pelo Congresso no dia 22 seja vetado pela presidente Dilma Rousseff. O ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, também defendeu essa alternativa, como forma de coibir o comércio ilegal das pílulas e atender ao anseio dos pacientes.

Segundo Barbosa, a regulamentação da Anvisa prevê dois tipos de suplementos: os funcionais, que ajudam a executar alguma função natural do organismo (por exemplo, fibras alimentares para ajudar nas funções intestinais), e aqueles com alguma ação medicamentosa, semelhantes a um remédio.

“Para dizer que cura câncer na embalagem, vai ter de comprovar que cura, senão é propaganda enganosa”, disse Barbosa. Segundo ele, não há nenhum suplemento desse tipo medicamentoso aprovado no país, e talvez no mundo.

Sem essa comprovação, a única alternativa seria registrar a “fosfo” como um simples suplemento alimentar, sem menção ao tratamento do câncer. Nos Estados Unidos, outras formas de fosfoetanolamina sintética são comercializadas há décadas por diferentes empresas como insumo químico e suplemento alimentar, para reposição de cálcio e magnésio. Segundo Barbosa, é importante que as pessoas tenham direito de escolha, porém “com informações verdadeiras”.

O imunologista Durvanei Augusto Maria, que pesquisa os efeitos antitumorais da fosfoetanolamina sintética no Instituto Butantã, também disse ser contra o uso da substância como suplemento, porque nesse caso não haveria um controle tão rigoroso sobre as concentrações e a posologia do composto. Se usado por pacientes com câncer, formulações diferentes poderiam resultar em efeitos negativos. “Há indivíduos que têm alterações renais ou hepáticas, então dar suplemento para esses pacientes seria correr o risco de ter efeitos colaterais”, disse. “Por exemplo, se você tem um composto com cinco gramas de cálcio e outro com 10 gramas, para o paciente que tem câncer isso é significativo. Não porque o composto é nocivo, mas porque o paciente tem disfunções.”


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