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Estado de Minas

Sem contar desmatamento, emissões de gás estufa só crescem


postado em 12/08/2015 09:31

São Paulo, 12 - Apesar de as emissões de gases estufa totais do Brasil terem caído nos últimos anos, por causa da redução das taxas de desmatamento na Amazônia, quando esse fator é excluído do cálculo o cenário fica bem menos promissor. A contribuição de todos os outros setores, principalmente agropecuária e energia, só tem aumentado. De 1990 a 2013, as emissões totais, excetuando-se as provocadas pela mudança de uso do solo, quase dobraram. Considerando um período um pouco maior - desde 1970 -, as emissões de energia quase quadruplicaram. Já as da agropecuária cresceram 2,6 vezes.

Os dados, divulgados nesta terça-feira, 11, fazem parte de novo levantamento do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), plataforma criada pelo Observatório do Clima. É a primeira vez que se compararam as emissões das últimas quatro décadas. A análise sugere que, mesmo se o desmatamento continuar a cair, o aumento das emissões dos outros setores pode inverter a curva de queda e colocar em ascensão as emissões totais do Brasil.

Para o engenheiro florestal Tasso Azevedo, coordenador do Seeg, esse é um alerta importante no momento em que o governo federal prepara sua proposta de redução de emissões que será apresentada para a Convenção do Clima da ONU. Todos os países do mundo têm de entregar suas metas até 1º de outubro, tendo em vista a Conferência do Clima de Paris (COP-21), que ocorre em dezembro. Lá terá de ser finalizado um novo acordo, válido para todas as nações, que terá o objetivo de reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas. O objetivo é impedir que o aumento da temperatura supere a marca de 2°C.

Em 2013, o Brasil emitiu 1,56 gigatoneladas (Gt) de gás carbônico equivalente. O nível máximo do País tinha sido atingido em dois momentos, em 1995 e em 2004, quando as emissões chegaram a 2,8 Gt - na ocasião, o desmatamento respondia por mais de 70% do total. Hoje equivale a cerca de 35%. Já a energia, que contribuía com 10% em 2004, saltou para 29%.

"As emissões brasileiras podem ser observadas em dois grandes momentos. Elas sobem a partir de 1990 até 2004, quando começam a cair, porque o desmatamento diminui", diz Azevedo. "Agora, quando olhamos as emissões sem o desmatamento, é uma coisa só. Desde 1970, vêm crescendo continuamente. A cara das nossas emissões fica mais feia. Por essa lente, nossas emissões quase dobraram desde 1990."

Energia

A pesquisa destaca um aumento de 8% que houve nas emissões totais de 2012 a 2013, que ocorreu em parte porque o desmatamento voltou a subir naquele ano, mas também porque o setor de energia emitiu 8% mais. Principalmente porque o País teve de ligar mais usinas termoelétricas "Considerando só emissões da eletricidade, causadas pelas térmicas, o aumento das emissões equivale a todas as emissões de ônibus do Brasil", compara Azevedo.

De acordo com Azevedo, pelo menos até 2020, as emissões nacionais devem comportar-se dentro da meta estabelecida pelo Brasil em 2009 de redução de 36% a 38%. O problema é como vai ser dali para frente. "O Brasil vai cumprir essa meta, mas com as emissões totais crescendo", diz o pesquisador. As informações são do jornal

O Estado de S. Paulo.


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