O Ministério Público Estadual do Rio e a Polícia Militar fluminense deflagraram na manhã desta quarta-feira a Operação Lucro Fácil, para prender envolvidos em um suposto esquema de agiotagem. O objetivo da ação é prender 41 suspeitos, entre eles dois policiais civis e um PM, acusados dos crimes de formação de quadrilha armada, usura pecuniária, extorsão e corrupção ativa. Também são cumpridos 72 mandados de busca e apreensão e o sequestro, bloqueio e indisponibilidade de bens e dinheiro dos denunciados.
Para prolongar a dívida, a quadrilha inibia o pagamento do seu valor integral. O devedores eram induzidos a pagar somente os juros e rolar o valor das parcelas. Isso aumentava o saldo devedor, que era corrigido pelos juros bem acima do mercado formal que os agiotas cobravam. Assim, o "cliente" ficava cada vez mais preso ao bando.
O MPE apurou que os empréstimos eram concedidos apenas contra a apresentação de cópias de documentos pessoais, holerite, endereços residencial e profissional e números de telefone. Os agiotas também exigiam das vítimas contatos de pessoas próximas, como parentes e vizinhos, e que assinassem notas promissórias.
Não havia exigência de comprovação de renda, nem de patrimônio. Cada negócio, segundo os promotores, era registrado pelos agiotas em um escritório central chamado "Controle". Cada escritório recebia um codinome para identificação, como "Marte, "Mercúrio", "Saturno", "Júpiter", "Terra", "Plutão", "Sardinha", "Tainha" e "Garoupa", entre outros.
A Operação Lucro Fácil reúne integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPE, além da Coordenadoria de Inteligência da PMERJ (CI/PMERJ).