Recife – A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco anunciou ontem a maior apreensão de dinheiro já realizada pela Polícia Civil no estado. Em uma casa comercial no Bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife, foram encontrados R$ 1 milhão com dois homens, que foram presos sob suspeita de ligação com o tráfico internacional de drogas. José Sivan de Melo, de 41 anos, vai responder também por corrupção, por ter tentado subornar os policiais que o prenderam com R$ 200 mil. Ele e Macilon Luiz da Silva, de 30, estão no Centro de Triagem Everardo Luna (Cotel), de onde serão enviados para o Presídio Aníbal Bruno, onde aguardarão julgamento, porque tráfico é considerado crime hediondo e inafiançável.
A maior parte do dinheiro, mais de R$ 810 mil, estava acondicionada em um saco de ração canina, dentro de uma camionete Hillux, que pertencia a Sivan, na casa. Macilon chegou logo depois ao local, com R$ 130 mil em espécie, em um Corolla. Eles deram versões diferentes à polícia sobre o dinheiro.
José Sivan disse que teria vendido 780 cabeças de gado no Ceará e que estava a caminho de Goiás, onde mora. Macilon afirmou que os R$ 130 mil são da venda de um terreno em Capoeiras, na região agreste de Pernambuco. Nenhum, no entanto, apresentou recibo para justificar as transações.
A polícia chegou aos dois depois de uma denúncia anônima, segundo a qual haveria uma grande entrega de drogas em um estabelecimento comercial do Bairro da Tamarineira. Conforme o diretor do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), delegado Sérgio Ricardo, um dos homens presos já era investigado por tráfico desde 2009. A polícia ainda não sabe com qual país eram feitas as transações. Na casa de um deles, na cidade de Igarassu, a 26 quilômetros do Recife, policiais do Denarc encontraram 200 pesos bolivianos, que valem menos de um real. Mas, para o delegado, o dinheiro pode ser um indicador do país onde a droga era comprada. Segundo ele, a denúncia indicava que os dois trariam cerca de R$ 3 milhões de pasta base ou cocaína de um país vizinho. A suspeita é que seja Bolívia, Peru ou Paraguai.
O inquérito aberto pela polícia vai investigar também se ocorreu lavagem de dinheiro, devido ao grande volume de notas. Segundo o delegado, o dinheiro será contado por máquinas, já que foi apenas manual durante a apreensão.