A vida, aos poucos, vai voltando ao normal no município de Itaoca, no Vale do Ribeira, a 340 quilômetros da capital paulista. No entanto, 19 dias depois da devastação provocada pela tromba d'água que atingiu a região nos dias 12 e 13 deste mês, duas pessoas permaneciam desaparecidas até o início da tarde desta quinta-feira (30). Na tragédia, até agora foram confirmadas 25 mortes.
“Ainda há muito o que fazer, mas acredito que, em um mês, teremos a cidade reconstruída”, disse o chefe de gabinete da prefeitura, João Batista Belizário. Segundo ele, não há mais lama obstruindo as vias públicas, o comércio retomou as atividades, o abastecimento de água e luz já foi quase totalmente restabelecido e apenas em algumas localidades é necessário o fornecimento de água potável por caminhões-pipa ou garrafões.
Belizário espera que, até segunda-feira (3), o município receba a verba, já aprovada pelo governo federal, para o repasse de R$ 2,4 milhões, empenhado pelo Ministério de Integração Nacional. Além disso, o governo do estado comprometeu-se a construir 90 moradias que serão financiadas, acrescentou.
O prefeito Rafael Rodrigues Camargo informou hoje que a verba federal será usada, em parte, para o aluguel das máquinas e dos equipamentos necessários, principalmente para desassorear os afluentes do Rio Palmital que cortam a cidade. De acordo com Camargo, as margens dos rios ainda estão obstruídas pela queda de árvores de grande porte e há muita madeira espalhada.
“Esse dinheiro vai ajudar na limpeza [e servirá] para afastar o temor de que volte a chover forte e tenhamos de novo problemas de enchente”, disse o prefeito. Segundo Camargo, ainda será necessário refazer 11 pontes. Cinco delas foram completamente danificadas e as demais continuam sendo usadas, porém, de forma precária.
Quanto à acomodação dos desabrigados e das famílias retiradas das áreas de risco, o prefeito disse que já foi desapropriada uma área para a construção de pelo menos 60 moradias com recursos do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR)