(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Moradores reclamam de tremor nos prédios durante recapeamento na L2

Serviço durante a madrugada incomoda quem está nos prédios próximos à via. Além de perderem o sono, muitos estão preocupados com a possibilidade de fissuras nos imóveis


postado em 28/09/2013 09:30 / atualizado em 28/09/2013 09:32

As madrugadas têm sido bem movimentadas nas quadras 400 da Asa Norte. Tradicionalmente reduto de universitários, nas últimas duas semanas não são as festas e os bares que tiram o sono dos moradores, mas as obras de recapeamento na L2 Norte, sob a responsabilidade da Novacap. Não bastasse o barulho das máquinas que substituem o asfalto velho pelo novo, as pessoas convivem com trepidações de paredes, de portas e de janelas. Os tremores são tão fortes, que, afirmam, dão a impressão de que um terremoto atinge os prédios da área.

À noite, o porteiro Francisco José Nascimento, 72 anos, vê o teto do apartamento dele balançar. Ele mora no térreo do Bloco F da 402 Norte, onde também trabalha pela manhã. “Eu fico na sala e vejo o gesso tremer bastante quando passa a máquina que faz a compactação do asfalto”, relatou. Segundo ele, alguns moradores do edifício protegeram janelas e portas para que não fossem afetadas durante o serviço. “Em um apartamento, a proprietária teve de fazer o calço para as vidraças não quebrarem.”

Na 403 Norte, o transtorno prejudica a rotina da advogada Mirtes Caldas, 44 anos. Ela é síndica do Bloco D e explica que, quando passam os dois equipamentos de compactação, começam os tremores. “Eles colocam os dois para funcionar, um atrás do outro, o que intensifica o efeito”, afirmou. Para Mirtes, o horário estendido das obras incomoda. “O trabalho vai até umas 3h, e a gente não consegue dormir direito”, reclamou. Para ela, uma solução seria colocar as duas máquinas para funcionar em momentos diferentes. “Nós todos aqui entendemos que é algo necessário, mas a logística poderia ser melhor”, reclamou.

Sem risco

O tremor é causado pela situação do piso, de acordo com o professor de engenharia civil da Universidade de Brasília (UnB) Dickran Berberian. “A trepidação está mais intensa por causa do solo resistente, bastante compactado”, disse. Apesar do incômodo, não há risco aos blocos, segundo o especialista. “Os prédios têm boa estrutura e fundação e, há alguns anos, ainda receberam reforço. Não há com o que se preocupar”, tranquiliza. Ainda assim, Dickran recomenda a observação diária de rachaduras e trincas em paredes e colunas. “É preciso ficar em alerta para o surgimento ou a piora das fissuras. Se houver rachaduras no sentido da via (horizontal), pode haver problema”, explicou.

Responsável pelas obras, a Novacap informa que os efeitos fazem parte da recuperação do asfalto. De acordo com a nota emitida pelo órgão, “as trepidações são consequências normais das obras de recapeamento do Programa Asfalto Novo. Infelizmente, não é possível evitá-las, já que as máquinas são pesadas, e as obras requerem uma intervenção mais drástica em toda a estrutura do pavimento”. As trepidações devem durar mais alguns meses, uma vez que a previsão de término do trabalho é em novembro.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)