A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) confirmou 21 casos de violação contra 20 profissionais da imprensa brasileira durante os protestos realizados no 7 de Setembro. A polícia teria sido a autora de 85% das agressões – dezoito casos – na maioria das vezes por uso ostensivo de spray de pimenta. A associação alertou, porém, que estes números podem aumentar conforme mais casos forem confirmados.
Das cidades diagnosticadas, Brasília foi a mais violenta: 12 jornalistas foram agredidos. O fotógrafo Ricardo Marques, do jornal Metro, desmaiou após ser atingido no rosto por spray de pimenta. Ele teve uma de suas câmeras furtada. A fotorrepórter Monique Renne, do Correio Braziliense, registrou o momento em que um policial jogou spray de pimenta diretamente em sua câmera; ao fotografar a cena, André Coelho, do mesmo jornal, foi agredido por PMs.
No Rio de Janeiro, o repórter da Globo News Júlio Molica foi duplamente atingido, desta vez, também por manifestantes. Ele recebeu spray de pimenta por parte da PM e foi chutado por algumas pessoas que tentavam expulsa-lo do local.
Os manifestantes em Manaus também se voltaram contra a imprensa. A repórter Izinha Toscano, do Portal Amazônia, levou socos nas costas, enquanto Camila Henriques, do G1 Amazonas, foi empurrada. No momento da agressão, elas tentavam registrar a prisão de alguns deles.
Tradição de violência
Os números mostram a recorrência das forças de segurança como autoras de violência contra jornalistas. No último sábado, as PMs igualaram o recorde de 13 de junho, quando agentes de segurança também agrediram 18 profissionais da mídia.
Desde o dia 13 de junho a Abraji contabilizou 82 violações contra jornalistas durante a cobertura de manifestações.