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Estado de Minas

Advogados de Elize Matsunaga pedem exumação do corpo de Marcos

Defesa da mulher que matou e esquartejou o marido quer análise do cadáver para excluir o meio cruel das agravantes contra a ré


postado em 12/12/2012 07:20 / atualizado em 12/12/2012 07:44

O requerimento dos advogados de Elize, Luciano Santero e Rosângela Siglio, foi encaminhado ao MP (foto: TONNY CAMPOS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)
O requerimento dos advogados de Elize, Luciano Santero e Rosângela Siglio, foi encaminhado ao MP (foto: TONNY CAMPOS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

Brasília
– A defesa da ré confessa Elize Matsunaga pediu a exumação do corpo do marido, Marcos Matsunaga. O advogado da bacharel em direito, Luciano Santoro, solicitou que o cadáver esquartejado seja desenterrado para que seja revista a causa da morte do diretor da Yoki, assassinado em maio. Depois de a requisição ter sido feita ontem ao juiz Adilson Paukoski Simoni, do 5º Tribunal do Júri de São Paulo, o Ministério Púbico tem até segunda-feira para definir se aceita o pedido da defesa.

Santoro diz ter demandado um novo exame do corpo de Matsunaga por existirem incongruências no laudo necroscópico. A intenção da defesa é excluir o meio cruel das agravantes. “Questionamos alguns pontos, como, por exemplo, se houve ou não fratura no crânio”, detalha. Outro ponto levantado pelo advogado de Elize refere-se à acusação de que Marcos estaria vivo quando Elize esquartejou o corpo. “O autor do laudo levanta a hipótese de a vítima ter tido morte cerebral. Se isso ocorreu, então não houve sofrimento como a acusação afirma”, explica.

O promotor José Carlos Cosenzo receberá hoje os autos do pedido e disse que os analisará com calma. “Deixo claro que, para mim, fazer uma coisa dessa é um desrespeito aos familiares da vítima. É matar o parente deles uma segunda vez”, avaliou. Para Cosenzo, entretanto, se houver o entendimento de que a defesa pode ser prejudicada por não ser feita a exumação, o requerimento deve ser acatado.“Farei de tudo para condenar Elize a uma pena exemplar, de no mínimo 30 anos. Mas não quero depois que a defesa use o argumento de que queria produzir uma prova e o Ministério Público não deixou”, completa Cosenzo.

Depoimentos O interrogatório de Elize, previsto para ontem, durante a audiência de instrução do caso – processo que precede o julgamento –, foi adiado para 30 de janeiro. A justificativa da protelação do depoimento é que a ré só será ouvida após todas as testemunhas. Ontem, Nathália Vila Real, apontada como amante de Marcos na época do crime e que deveria ter deposto, não foi encontrada. Apenas a então babá da filha de Elize e Marcos, Mauriceia José Gonçalves dos Santos, foi ouvida ontem.

Assassina confessa, a bacharel em direito é acusada de matar o marido em 19 de maio, no apartamento do casal, na Zona Oeste da capital paulista. Matsunaga, diretor-executivo e neto do fundador da empresa de alimentos Yoki, levou um tiro à queima-roupa na cabeça e depois foi esquartejado. Pedaços do corpo foram desovados em uma estrada de Cotia, na Grande São Paulo.

A defesa de Elize diz que se trata de um crime passional, sob forte emoção, após ela ter sido agredida por Matsunaga. Para os advogados da ré, ela deve responder por homicídio simples e ocultação de cadáver. Para a acusação trata-se de um homicídio triplamente qualificado – motivo torpe (vingança movida por dinheiro) –, utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e meio cruel (esquartejamento).

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo indica que a causa mortis do executivo foi um traumatismo craniano associado à asfixia por sangue em consequência de uma decapitação. O documento mostra também que o tiro disparado contra Marcos foi dado à queima-roupa, e de cima para baixo, o que não sustentaria a versão de Elize dada à polícia, já que a vítima estaria sentada – a ré é mais baixa que o empresário e disse que atirou após ser agredida e humilhada pelo marido, durante uma discussão do casal pela guarda da filha e sobre o caso de Marcos com uma garota de programa.

Elize está no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, onde também estão Suzane Richthofen, condenada por matar os pais, e Anna Carolina Jatobá, que cumpre pena pela morte da enteada, Isabella Nardoni. Em agosto, a Justiça negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa. A liminar do pedido de liberdade já tinha sido negada em junho. (Com agências)


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