O baixo número de leitos, 35 ao todo, e superlotação de pacientes são alguns dos problemas constatados pela vistoria feita, na quarta-feira (10), no setor de emergência do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), na zona norte da capital fluminense, pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj). Há mais de um ano que a emergência funciona improvisadamente em contêineres instalados em uma área próxima ao estacionamento, desde que o prédio foi interditado para obras.
Na segunda-feira (15), o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) ajuizaram uma ação civil pública pedindo à Justiça Federal que determine ao HFB a transferência dos pacientes da emergência para outras unidades de saúde das redes públicas federal, estadual e municipal, depois de serem estabilizados os casos de urgência e emergência, avaliados os riscos e determinado o nível de atendimento e as especialidades necessárias.
De acordo com os MPF e a DPU, a União terá que prosseguir com as obras no prédio da emergência do HFB e terminá-las em prazo razoável, já que as mesmas estão paradas desde o início do ano, enquanto pacientes aguardam atendimento, às vezes por vários dias, em macas e cadeiras espalhadas na improvisada instalação do setor.
O hospital informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que desde janeiro do ano passado a emergência está em obras de ampliação. De acordo com nota, para não paralisar o atendimento emergencial, a unidade construiu uma unidade de suporte semelhante às unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), que funcionam em contêineres.
Ainda segundo a nota, a unidade segue as normas preconizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Devido à prática ética de não recusar o atendimento a pacientes que procuram a emergência, ocorre a sobrecarga do setor, já que a demanda ultrapassa a capacidade instalada. Hoje (18), encontram-se internados 38 pacientes no setor", diz o HFB.
Em janeiro de 2012, a partir de auditoria solicitada pelo Ministério da Saúde e feita em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), os contratos para as obras do HFB foram suspensos.