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Estado de Minas

No Brasil, 184 cidades pediram basta aos maus-tratos a animais

Entidades começaram a colher assinaturas para propor lei nesse sentido


postado em 23/01/2012 09:26 / atualizado em 23/01/2012 09:36

 

Milhares de donos e defensores dos direitos dos animais foram ontem às ruas em 184 cidades brasileiras e quatro do exterior – Londres (Inglaterra), Nova York, San Diego e Miami (EUA) – protestar contra os recentes casos de abusos e maus-tratos aos bichos e pedir uma punição rigorosa a quem pratica esse tipo de crime. Entidades protetoras iniciaram o cadastro de eleitores favoráveis à futura Lei Lobo – proposta de legislação de iniciativa popular que está sendo elaborada e dependerá de 1,3 milhão de assinaturas para tramitar – cuja campanha de adesões será lançada em abril. Na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, cerca de 300 pessoas compareceram com seus animais e pediram o fim dos maus-tratos.

O movimento “Crueldade nunca mais” ocupou pontos simbólicos de capitais e outras cidades na manhã de ontem, de forma simultânea. Em caminhadas com cartazes e animais de estimação, os protetores pediram o fim de casos como o de Lobo, cão rottweiler que, em novembro, foi amarrado pelo dono no para-choque do carro e arrastado por 11 quilômetros. O animal acabou morto em Piracicaba, no interior de São Paulo. O episódio da enfermeira Camila Corrêa, de 22 anos, que espancou seu yorkshire até a morte na frente da filha de 1 ano – ela foi indiciada por maus-tratos e constrangimento de criança –, também foi lembrado.

Conforme a legislação de crimes ambientais (Lei 9.605/98), quem pratica abuso, maus-tratos, fere ou mutila animais está sujeito a pena de três meses a um ano e multa. A pena é aumentada de um sexto a um terço se o agredido morrer. Punição que os defensores de animais consideram branda e pouco aplicada. “Temos que mobilizar a população pela criação de uma lei federal para punir com o rigor necessário os maus-tratos”, defendeu a integrante do Movimento Mineiro pelos Direitos dos Animais Adriana Cristina Araújo. Os termos da proposta de lei mais rigorosa ainda não foram divulgados.

No ato em Belo Horizonte, as entidades recolheram assinaturas pela criação de uma delegacia estadual de proteção animal. Também cadastraram os interessados para aderir à petição de lei popular quando ela for lançada em abril. “O primeiro passo é ter delegados e policiais preparados para essa função”, disse a coordenadora do “Crueldade nunca mais” na capital mineira, Stênia Couto. O segundo é melhorar a lei. “Hoje a pessoa praticamente não fica presa. Se houver uma lei mais severa, a pessoa pensa duas vezes antes de praticar maus-tratos”, disse.

adoção Em meio a tantos cães, uma “cadeirante” chamou a atenção. A vira-lata Vitória, de 10 anos, foi “protestar” com o dono, o advogado Rafael Henrique Lima, de 31. Ela foi adotada há cerca de oito anos, depois de ser abandonada para o sacrifício pelos antigos donos. O motivo é que a cadela tinha sido atropelada. Em seguida, foi picada por um escorpião e sobreviveu, mas anda com um aparelho adaptado, por não ter os movimentos das patas traseiras. Tanto empenho para salvar o bichinho encontrado na sociedade protetora agora se transforma em revolta para o criminalista, que pediu mais rigor na punição aos agressores de animais. “A punição pequena contribui para os maus-tratos. Conseguir uma lei de iniciativa popular talvez seja mais difícil, mas creio que com a sociedade mobilizada a classe política compre nossa briga, ainda que seja em busca de votos”, prevê.

Para a administradora bancária Kátia Gontijo, de 42, dona da schnauzer Nina e do poodle Frederico, a mobilização para a proteção dos animais devia ter começado há mais tempo. “Essa covardia e crueldade já existiam, só que isso não era divulgado e parece que só agora as pessoas resolveram lutar para defendê-los”, afirmou.

Na Avenida Paulista, em São Paulo, cerca de 7 mil pessoas, conforme a Polícia Militar, participaram do ato em defesa dos animais. Elas fizeram uma caminhada que saiu do Masp e seguiu sentido Rua da Consolação. No Rio de Janeiro, a Praia de Copacabana, na Zona Sul, foi o cenário da manifestação. Em ambas as cidades, o discurso de que a legislação atual é branda foi repetido pelos participantes.


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