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Estado de Minas

Menino morre sob montanha de lixo em Mato Grosso do Sul

Bombeiros localizaram ontem corpo de garoto de 9 anos que foi soterrado enquanto brincava em lixão de Campo Grande


postado em 30/12/2011 07:49 / atualizado em 30/12/2011 07:52

Campo Grande – O Corpo de Bombeiros de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, confirmou ontem que foi localizado o corpo do menino Maikon Correa de Andrade, de 9 anos, que havia sido soterrado no lixão localizado no Bairro Dom Antônio Barbosa, na tarde de quarta-feira. O garoto foi encontrado pela indicação do catador José Gilmar de Lima, de 49, que havia presenciado o acidente.

Maikon foi até o lixão com outras crianças para brincar, recolhendo garrafas. José Vilmar de Lima diz que vários meninos estavam no local. Ele viu quando a montanha de dejetos caiu sobre os meninos. “Foi horrível, parecia uma onda engolindo tudo, todo mundo ficou desesperado, a gente não sabia o que fazer.” O catador de lixo permaneceu no local ontem, acompanhando o trabalho de buscas ao garoto. Ele indicou para as equipes qual a área mais provável em que o menino poderia estar, onde o corpo foi encontrado.

O trabalho dos militares do Corpo de Bombeiros começou por volta das 16h30 de quarta-feira. Os socorristas tentaram cavar o local com pás, mas o lixo ameaçou ceder e o resgate teve que ser interrompido. Uma retroescavadeira foi levada ao local.

A grande quantidade de lixo prejudicou a locomoção da máquina. Os bombeiros calcularam que levaria cerca de duas horas para chegar ao ponto onde o garoto estaria soterrado. As buscas continuaram por toda a madrugada de ontem. Os bombeiros chegaram a interromper o trabalho para avaliar a situação, pois havia risco de novos deslizamentos. As retroescavadeiras foram utilizadas para encontrar Maikon.

A costureira Lucilene Correa, de 31 anos, mãe de Maikon, teve que ser socorrida por equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) depois que o corpo do filho foi encontrado no lixão. Ela acompanhava as buscas desde a tarde de quarta-feira e disse que a última vez que viu Maikon foi quando ele voltou da escola. “Ele saiu só com o short da escola, estava sem camisa.” A mulher relatou que não sabia que o filho tinha ido ao lixão.

O pai do garoto, Reginaldo Pereira, de 33, disse que ele e Lucilene são separados e têm quatro filhos juntos. Nem ele nem a mãe de Maikon estavam no lixão na hora do acidente. Reginaldo não mora no bairro e trabalha como pedreiro. “Eu acho que meu filho estava empinando pipa e procurando brinquedos no meio do lixo, quando houve o desmoronamento. Estou com muita saudades dele e arrasado”, comentou, lembrando que havia visitado os filhos pela última vez há 15 dias.

Desespero


Na tarde de quarta-feira, logo depois do soterramento, o pai do menino relatou que tinha esperança de encontrá-lo ainda com vida. Segundo ele, outras crianças que estavam brincando com Maikon conseguiram fugir da avalanche de lixo. “Minha vontade era cavar com a própria mão.”


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