(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Parada Gay de São Paulo terá tom político acentuado


postado em 26/06/2011 07:38 / atualizado em 26/06/2011 10:21

São Paulo — A maior cidade do país vai parar neste domingo para celebrar o orgulho gay na maior parada do gênero do mundo. A 15ª edição do evento traz um diferencial que se reforça a cada ano. Aos poucos, o desfile colorido pela Avenida Paulista perde a característica carnavalesca e assume um papel político, sem perder o colorido do arco-íris. No meio de 15 trios elétricos que vão desfilar do Museu de Arte de São Paulo (Masp) até a Praça Roosevelt, haverá manifestações políticas contra a homofobia e a favor dos direitos gays. Um dos carros alegóricos vai ressaltar a maior conquista dos homossexuais nos últimos anos: a união civil gay aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Nno sábado, as cores do arco-íris tomaram conta da Paulista, durante a passeata das mulheres do movimento GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros), numa prévia da marcha de hoje.

Para o presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, Ideraldo Luiz Beltrame, é natural que questões importantes sejam comemoradas. “A parada é a maior concentração popular do país. Nãos se pode só soltar confetes e purpurinas. Temos que aproveitar para cobrar os nossos direitos e comemorar as nossas conquistas”, ressalta. A ideia da organização do evento é reunir 3 milhões de pessoas e, de quebra, alcançar um recorde mundial ao convidar os casais para dançar uma valsa na abertura do evento.

O tema da parada deste ano reforça o viés político: “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia!”. Setores da Igreja viram uma provocação no lema. O padre Marcelo Tavares, da paróquia de Santana, na Zona Norte paulista, achou desnecessária a referência religiosa. “Na minha igreja, sempre acolhemos homens e mulheres de toda orientação sexual. Dentro da própria Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), não há consenso entre as conquistas dos gays. Há bispos que apoiam, mesmo de maneira velada, e outros que são publicamente contra”, ressalta o vigário.

São esperados políticos que defendem a causa gay, como os senadores Marta e Eduardo Suplicy (PT-SP). A presidente Dilma Rousseff foi convidada, mas, até ontem, não havia confirmado presença.

Repressão Em quase todas as edições da parada, homens musculosos seminus chamaram a atenção do público. Alguns travestis chegam a tirar a roupa. De olho nos que exageram, a Prefeitura de São Paulo resolveu imprimir um folheto orientando os participantes a se vestir com “trajes mais adequados”, já que há presença maciça de crianças no evento. Um painel exposto na rua pela São Paulo Turismo (SPTuris), da prefeitura, orientava manifestantes a usar roupas pouco chamativas. A placa ficou exposta por três horas e meia e foi retirada por ordem do prefeito Gilberto Kassab.

Outra placa afixada no metrô gerou polêmica ao recomendar: “Compre seu bilhete antecipadamente e evite o uso de fantasias mais ‘ousadas’ nas dependências do metrô”. Tinha até versão em inglês, que, na tradução literal, pedia ao turista para evitar “vestir trajes escandalosos”. “Esse material é um escândalo. Cada um é gay do seu jeito”, reagiu Beltrame.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)