(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Beatificação de Irmã Dulce deve reunir 70 mil fiéis


postado em 13/05/2011 16:15 / atualizado em 13/05/2011 16:19

O arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, d. Murilo Krieger, conta com a presença de 70 mil fiéis e devotos para a beatificação de Irmã Dulce, o Anjo Bom da Bahia, no próximo dia 22. Essa é a capacidade máxima do Parque de Exposições da capital baiana, onde se realizará a cerimônia.

(foto: Reprodução / BAHIATURSA)
(foto: Reprodução / BAHIATURSA)
"Prevemos, pelos ingressos distribuídos, que o público ocupará todos os lugares disponíveis, e seria complicado para a cidade, se comparecesse mais gente", advertiu d. Murilo. Os organizadores estão pedindo que as pessoas deixem os carros em casa e utilizem ônibus para chegar ao local.

Por delegação do papa Bento XVI, a beatificação será presidida pelo cardeal d. Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito, que deixou o governo da Arquidiocese de Salvador em março. Foi ele quem levou a causa de beatificação adiante, após a iniciativa inicial de seu predecessor, cardeal d. Lucas Moreira Neves, cinco anos a morte da freira, falecida em 1992.

"Há uma expectativa curiosa na Bahia, porque muita gente conheceu Irmã Dulce e colaborou com a admirável obra que ela deixou", observou d. Murilo. "Eu não a conheci pessoalmente, mas seguindo o Evangelho, conheço a nova beata brasileira pelos bons frutos", acrescentou.

Na avaliação do arcebispo primaz, Irmã Dulce deixou uma herança pesada que a sobrinha dela, Maria Rita, está administrando. "O hospital que Irmã Dulce fundou têm uma despesa de R$ 500 mil por dia", informou d. Murilo. Os recursos vêm de convênios com o governo, de doações e do trabalho de voluntários. "Irmã Dulce se cercou de pessoas bem preparadas que a ajudaram muito", disse o arcebispo.

A 49ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que se reuniu nos últimos dez dias em Aparecida, divulgou uma nota sobre a beatificação, na qual exaltou as virtudes e a obra de Irmã Dulce. Diz um trecho do texto aprovado pelos bispos: "Dignou-se Deus chamar a jovem Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes para um serviço especial junto ao seu povo, em particular os pobres, os doentes, e também pessoas rejeitadas por serem portadoras de necessidades especiais... No hospital, em contato mais próximo com os doentes, intensificou no seu coração os clamores dos pobres sofredores inteiramente desamparados, a maioria dos quais sem qualquer tipo de assistência".

D.Murilo revelou que muitos bispos o procuraram, durante a assembleia geral da CNNB, para dizer que gostariam de assistir à beatificação, mas que isso não seria possível, por estarem há muito tempo fora das suas dioceses. Ele acredita que os bispos das dioceses da Bahia e de Estados vizinhos estarão presentes, além de algumas centenas de padres e freiras.

Irmã Dulce nasceu e morreu em Salvador, onde passou toda a vida, com exceção de breve período em que fez o noviciado em Sergipe, ao entrar na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.

O milagre

Era 11 de janeiro de 2001 quando Claudia Cristiane Santos Araújo, sergipana de Malhador, a 49 quilômetros de Aracaju, sofreu uma intensa hemorragia, logo depois de dar à luz ao segundo filho, Gabriel, na Maternidade São José, do município vizinho de Itabaiana (SE).

Foram 18 horas de tensão na unidade, nas quais foram realizadas três cirurgias que tentaram, em vão, estancar o sangramento. Ela chegou a ser desenganada pelos médicos.

Foi quando o padre José Almi de Menezes, amigo da família, teve a ideia. "Perguntei a ela se acreditava que Irmã Dulce poderia interceder por ela", lembra o religioso. "Ela disse que sim - e iniciamos uma corrente de orações".

O sangramento parou pouco depois. Também impressionou a equipe médica que a paciente não teve nenhuma complicação depois do fim da hemorragia. "Ela teve recuperação rápida, boa cicatrização", conta a freira Augustinha Ferreira, então diretora da maternidade. "Não teve nenhuma infecção". Claudia teve alta médica no dia seguinte. Tem, hoje, 41 anos e Gabriel, 10. Ambos são saudáveis.

O caso foi reconhecido pelo Vaticano, em janeiro de 2009, como o primeiro milagre de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, o que propiciou sua beatificação. A cerimônia será realizada no próximo dia 22, no Parque de Exposições, em Salvador. São esperadas 70 mil pessoas.

Menezes e Augustinha, testemunhas do caso, estiveram, na manhã de hoje na sede das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), na capital baiana, para contar os detalhes do milagre. Desde que o caso começou a ser estudado, em 2003, a identidade de Claudia era mantida sob sigilo, por orientação do Vaticano. Segundo a direção da Osid, mais de dez médicos brasileiros e três italianos estudaram o caso e não encontraram explicação para a cura de Claudia.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)