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Estado de Minas

Homem mata invasor a facadas em bairro nobre de Brasília


postado em 28/10/2008 15:11 / atualizado em 08/01/2010 04:08

O morador de uma casa do Park Way decidiu reagir ao ver um assaltante dentro de casa. Na noite de domingo (26/10), Leôncio Pinto Gonçalves Filho, 52 anos, matou a facadas Jefferson Marques de Oliveira, 22, na cozinha da própria residência. Segundo a polícia, o jovem teria invadido o lugar para furtar objetos, mas acabou descoberto pelos moradores.

Leôncio desapareceu após o assassinato e, até o fechamento desta edição, ainda não havia se apresentado à polícia. O delegado Fábio Costa, da 11ª Delegacia Polícia (Núcleo Bandeirante), quer interrogar o autor das facadas para apurar se ele agiu em legítima defesa ou se houve excessos.

Na residência do Conjunto 6 da Quadra 13 do Park Way, Leôncio mora com o filho, 23 anos, a irmã, 59, e a mãe. Esporadicamente, uma enfermeira é chamada para cuidar da saúde da senhora, que está doente. E foi a enfermeira — que não teve o nome revelado a pedido da polícia — quem viu o vulto na porta da cozinha, por volta das 20h de domingo. “Estava vendo um filme e fui pegar um copo com água na cozinha. Levei um susto e gritei ‘pega o ladrão’”, contou a mulher em depoimento na 11ª DP.

Todos da família estavam em casa no momento do flagrante. Com a gritaria, segundo as testemunhas, Leôncio teria ido até a cozinha com uma faca na mão. “Todos relataram ter ouvido ruídos de luta corporal. Jefferson acabou morto a facadas”, disse o delegado Fábio Costa.

Após o crime, o autor ligou para o genro, de 39 anos, morador de Águas Claras, e fugiu. Ao chegar na casa, policiais e bombeiros encontraram a vítima sem sinal de vida. “Trabalhamos com a hipótese de legítima defesa, pois Leôncio defendia a casa de uma invasão. Mas reação a um crime é sempre arriscada”, alertou Fábio.

Se for comprovada a legítima defesa, o homem não responderá por homicídio e ficará livre de pena. “No entanto, ele ainda não se apresentou e não sabemos se havia envolvimento entre as partes ou as circunstância da tragédia. Pode ter havido excessos”, completou o delegado. Caso responda por homicídio, o homem — que não tem passagem pela polícia e atualmente está desempregado — pode pegar até 30 anos de cadeia.

Na tarde de ontem, o advogado do morador do Park Way esteve na 11ª DP para avisar que o cliente está na cidade e deve se apresentar nos próximos dias, mas não precisou a data. Segundo a irmã de Leôncio, que não quis se identificar, ele não se machucou, mas está nervoso. “É a primeira vez que passamos por uma situação dessas, não sabemos o que fazer”, disse ela, que estava no quarto no momento da tragédia.

Segundo dados da Polícia Civil do DF, o pernambucano Jefferson tem diversas passagens em delegacias, por crimes como furto roubo, lesão corporal e desobediência. A última prisão dele ocorreu em junho, quando ele agrediu a parceira com quem tem uma filha pequena.

Caseiro problemático

De acordo com familiares de Leôncio, o autor da tentativa de furto havia trabalhado como caseiro da residência por três anos. “Despedimos ele há cerca de um ano, justamente porque ele tinha roubado dinheiro da minha carteira”, afirmou a irmã. Ela disse que após o afastamento de Jefferson, começaram a ocorrer pequenos furtos na casa. “Chegamos a ver ele (o ex-caseiro) pegando tênis do meu sobrinho e até minha bolsa sumiu”, acrescentou ela.

Ocorrências registradas na 11ª DP e na 4ª DP (Guará) confirmam os crimes cometidos no período. Sem família na cidade, Jefferson trabalhou em uma chácara de um assentamento na zona rural de Brazlândia há cerca de 10 meses. “A gente confiava nele”, disse o agricultor Eduardo Cubota, dono do terreno, que soube da morte pela equipe do Correio.

Na ocorrência policial, o endereço de Jefferson condiz com o da família da chácara do Incra, que mora no Guará II. Mas os vizinhos afirmam que ele nunca morou lá. Na padaria onde a vítima chegou a prestar serviços por poucos meses, no Guará I, o gerente revelou que teve problemas por furtos. “Ele era um rapaz educado, mas roubava dinheiro e outros objetos da loja”, contou o homem, sem revelar o nome.


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