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Estado de Minas BUENOS AIRES

Bullrich declara apoio a Milei no segundo turno das presidenciais na Argentina


25/10/2023 16:43
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O libertário Javier Milei obteve o apoio da ex-candidata conservadora Patricia Bullrich para o segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, em 19 de novembro, quando enfrentará o ministro da Economia, o peronista Sergio Massa.

Bullrich, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, disputado no domingo, anunciou que vai apoiar "a mudança" representada pelo ultradireitista Milei, com o qual se confrontou duramente na campanha presidencial.

"Temos diferenças com Milei, por isso competimos. No entanto, enfrentamos o dilema da mudança, ou da continuidade mafiosa. A maioria escolheu a mudança, nós a representamos", disse Bullrich durante coletiva de imprensa celebrada nesta quarta-feira.

Após obter quase 24% dos votos (6,2 milhões) no primeiro turno, Bullrich esclareceu que não falava em nome de sua formação, o Partido Proposta Republicana (PRO, direita), nem da coalizão Juntos pela Mudança, integrada também pelos social-democratas da União Cívica Radical e da Coalizão Cívica.

"Ratificamos nossa defesa até o fim dos valores de mudança e liberdade. A urgência do tempo nos pede para não sermos neutros diante da continuidade do kirchnerismo através de Massa", apontou a ex-candidata, após se reunir com Milei.

Massa é ministro da Economia do governo do presidente Alberto Fernández, cuja vice é a ex-presidente Cristina Kirchner. Massa ficou em primeiro lugar no primeiro turno das presidenciais, com quase 37% dos votos.

Milei, um economista de 53 anos, que propunha o "anarco-capitalismo" e condena o que chama de "casta política ladra", era o favorito apontado pelas pesquisas.

Às vésperas da votação, se disse pronto para vencer a eleição no primeiro turno. Mas seu desempenho (30%), quase idêntico ao das primárias de agosto, o deixou em segundo lugar.

Massa, ao contrário, cresceu 15 pontos em relação à sua votação nas primárias.

- "Nem acordo, nem pacto" -

Ao lado de seu companheiro de chapa, o radical Luis Petri, a ex-candidata destacou que seu apoio a Milei não significa um pacto em um eventual governo.

"Demos por encerrados certos enfrentamentos. Nós não falamos sobre o governo. Não estamos em um acordo, nem em um pacto com Javier Milei. Falamos sobre nossa postura frente à sociedade que votou em nós e que quer nos ouvir", acrescentou.

O analista político Sergio de Piero, da Universidade de Buenos Aires, avaliou que a posição de Bullrich era "esperada, mas incompreensível".

"Confunde os eleitores de Bullrich. Será preciso ver se aceitam votar em Milei. Mas, acima de tudo, desconcerta os próprios eleitores de Milei. É preciso ver se vão aceitar esta guinada. Agora, é outro Milei", declarou à AFP.

A Juntos pela Mudança ainda não anunciou uma posição comum com vistas ao segundo turno das presidenciais. O presidente da União Cívica Radical, Ernesto Sanz, alertou que um apoio a Milei põe em risco a continuidade da coalizão.

O senador radical Luis Naidenoff avaliou que seu partido deve se declarar neutro "porque é a sociedade que deve definir. Durante toda a campanha, dissemos que a Argentina é vítima de uma armadilha, a armadilha dos extremos", disse à imprensa.

A coalizão Juntos pela Mudança, de centro direita, conta com nove dos 23 governadores, além do prefeito da cidade de Buenos Aires.

Nas eleições de domingo, nas quais também foi renovado parcialmente o Congresso, nenhuma força política obteve a maioria parlamentar.

A Juntos pela Mudança ficou em segundo lugar, com 24 senadores e 93 deputados, atrás da governista União pela Pátria (peronismo de centro esquerda), com 72 senadores e 108 deputados.

A Liberdade Avança, de Milei, que tinha três deputados, eleitos há dois anos, agora tem um total de 38 representantes na Câmara baixa e oito assentos no Senado.


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