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Estado de Minas RIO DE JANEIRO

Mil policiais são enviados a favelas do Rio em operação contra o crime organizado


09/10/2023 23:00
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Mil policiais entraram, nesta segunda-feira (9), em pelo menos três favelas do Rio de Janeiro e ao menos dez pessoas foram presas, em uma operação contra o crime organizado frente a uma recente escalada de violência na capital fluminense.

O governador do estado, Cláudio Castro (PL), considerou um "sucesso" a "Operação Maré", iniciada pela manhã com a mobilização de cerca de mil policiais no Complexo da Maré, Vila Cruzeiro e Cidade de Deus.

"Só neste primeiro dia, já causamos um prejuízo de pelo menos R$ 12 milhões às facções criminosas", destacou Castro em um comunicado divulgado no fim da tarde desta segunda-feira. "Isso é só o começo, e não recuaremos um milímetro sequer", acrescentou.

Até o momento, não foram divulgados os números de mortos ou feridos. O governo relatou um policial ferido sem gravidade após dois helicópteros da polícia serem atingidos por tiros no início da operação.

Além da prisão de nove pessoas, o governo do estado relatou a apreensão de meia tonelada "de maconha e drogas sintéticas", 100 kg de pasta base de cocaína, 33 veículos, armas e dezenas de celulares. Parte do material apreendido foi exibido em vídeos publicados pelo governo estadual na rede social X, antigo Twitter.

Além das apreensões, a polícia retirou mais de 29 toneladas de barricadas de ferro e pneus feitas pelos traficantes para impedir a circulação de veículos dentro das comunidades.

Segundo o governo estadual, trata-se da "maior operação já realizada, com uso de tecnologia e inteligência contra máfias criminosas". Os policiais usaram drones com reconhecimento facial e câmeras corporais nos uniformes, que enviam imagens em tempo real para um centro de controle.

- Espiral de violência -

Segundo constatou uma equipe da AFP, os policiais avançavam a pé pelas ruas da comunidade, praticamente desertas em meio ao patrulhamento ostensivo, com fuzis nas mãos, cães farejadores e alguns de rosto coberto.

Os policiais também entraram na Cidade de Deus, na zona oeste da capital.

Os três bairros onde a operação ocorre são considerados redutos do Comando Vermelho, maior facção criminosa do Rio.

"Hoje queremos atacar essa facção criminosa que está tentando expandir o território e gerando conflito com outras organizações criminosas", afirmou durante a manhã o secretário da Polícia Civil do Estado do Rio, José Renato Torres, em uma entrevista coletiva.

Nas últimas semanas, o Rio registrou vários episódios de violência que sacudiram a cidade, como tiroteios, um roubo a ônibus com o uso de uma granada caseira e a execução de três médicos na Barra.

As autoridades suspeitam que os profissionais, que visitavam o Rio para participar de um congresso, foram assassinados por "engano", em meio a uma disputa entre traficantes e milícias na Zona Oeste.

Imagens aéreas exibidas recentemente pela TV Globo mostraram traficantes na Maré treinando táticas de guerrilha com fuzis, em um centro poliesportivo próximo a escolas.

Em resposta, o governo do presidente Lula anunciou um plano nacional de enfrentamento a organizações criminosas, em coordenação com as autoridades dos estados, por meio do qual pretende investir R$ 900 milhões nos próximos três anos.

Em março, uma operação em uma favela de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, deixou 13 mortos.

Em maio de 2022, uma operação na Vila Cruzeiro deixou 25 mortos, a segunda mais letal da história do Rio, um ano depois de outra que deixou 28 mortos na favela do Jacarezinho, também na zona norte.

Especialistas em políticas de segurança costumam criticar esse tipo de abordagem, alegando que tem um alto impacto na população e baixa eficácia contra as organizações criminosas.

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